Fumar um piercing…

Quando entrou em vigor a lei do Tabaco, escrevi palavras fortes, por muitos consideradas um exagero, um devaneio de um fumador inconformado! Sempre afirmei – e continuo a pensar, que é desejável uma lei contra o tabaco inteligente e equilibrada, que impeça aos fumadores expor o seu vício a quem não o deseja! Mas, ao ler a lei, reflectindo sobre a mesma, meditando sobre um intolerável comportamento dessa inarrável ASAE, temi que esse fosse o primeiro passo num caminho que não pretendo calcorrear. Escrevi na época que “só os tolos podem encontrar nesta luta, uma guerra que opõe fumadores a não fumadores! O que está aqui em causa é uma querela que divide aqueles que admitem que o Estado, ao abrigo de um puritanismo higiénico, queira interferir com as nossas escolhas individuais e os outros, onde me incluo, que acham intolerável uma intromissão do Estado na intimidade de cada um! Porque é disso que se trata em muitas destas proibições, que são injustificadas e absurdas!” e é com tristeza que temo não estar equivocado!
Este tonto projecto-lei de proibir os piercings na língua (objecto que não gosto, mesmo sabendo que alegadamente melhora o sexo oral) é mais um patético momento num abjecto caminho na “europeização tecnocrata”, castradora dos nossos direitos individuais! Mormente um Direito que gosto de endeusar: o constitucional direito à estupidez!