Sinto-me gay...

Não, seu tarado: não é nesse sentido, por isso escusa de mandar mails com propostas indecentes. Até porque sei o caminho! A questão é uma homossexualidade mental, não carnal! (não, não quero as tais fotos, já lhe disse!).
Eu explico, meu paciente leitor: alguém entende a obsessão dos homens pelos carros?
Numa época em que inventaram essa treta da igualdade dos géneros, quase uma tara de criar uma mítica espécime assexuada onde todos seríamos “transsexuais”, num momento em que toda uma geração de homens já ajuda na lide da casa, onde só raramente batem na mulher, onde alguns até cozinham, o que explica que os gajos continuem com a perversão de amarem os seus carros?
O meu mais macho leitor - aquele com a verticalidade de um corcunda - pode ser tentado a encontrar nas minhas palavras um efeminado exagero, desengane-se e capacite-se do que lhe ensino: hoje em dia há gajos que até lavam as casas de banho!!! Que andam ali de rabito para o ar com wc pato! Otários!!!
Dizem mesmo - mas isto confesso que tenho dificuldades em acreditar, estando convicto que é um mito urbano – que até há tipos que deixam a gaja deles ficar EM CIMA porque acham que assim se atinge essa lenda do orgasmo vaginal!!!
Dei comigo a ponderar sobre as misteriosas razões pelas quais a esmagadora maioria dos homens veneram a posse do seu automóvel, depois da cobardemente deixarem as suas mulheres furtarem-lhe o Universo masculino, de imporem as suas regras (e não me venham com a treta que lá em casa mandam no comando de tv; elas só vos deixam brincar com ele porque os meteram a ver as novelas da TVI, seus panascas!), em que até há homens que se gabam que gostam de ver futebol com as suas gajazinhas (seus palhaços, ainda não perceberam que elas só vêm a bola com vocês para estarem a galar os gajos musculados e depois na conjugal bacanal fantasiam que eles)!
Depois do triunfo da revolução vaginal, neste mundo comandado por ratas, porque razão os gajos se sentem todos contentes por serem os dono dos carros? (que só compraram porque elas deixaram!).
O meu bom amigo já compreendeu que hoje os gajos fazem tudo, excepto deixarem as galinhas conduzir, enquanto eles estão nos carros? Será o carro o último guardião da masculinidade? Será que o homem se agarra ao volante, constrói uma ligação afectiva com o seu carro, porque vê nesse elo a ultima réstia da condição masculina?
E é isto que me faz temer pela minha sexualidade! Sou daqueles tipos que não sabe um “pénis” sobre automóveis, não faço ideia quantos cavalos tem, as tretas da cilindrada, para que serve o ABS e os censores da treta, troco as marcas com os modelos, nunca soube ver aquela coisa do óleo: em suma, basicamente sei meter gasolina (e mais que uma vez meti errado) e, quando estou no meu carro, desconheço quantos cavalos tem, apenas tendo ciência que vai um burro lá dentro! E isso inquieta-me: será que não ter paciência para venerar um carro é sinal de homossexualidade!
Sem tretas: se um gajo lava, cozinha, aspira, leva os putos e as miúdas ao infantário, limpa a casa, lavar a roupa e passa a ferro é um homem moderno; mas, se deixa a gaja conduzir é maricas!
Não acham patético que perceber de automóveis seja a última fronteira entre os sexos? Como se existisse alguma relação entre carros e sexo…