sexta-feira, março 28, 2008

ExpoBeja

No programa Conselho de Opinião e na qualidade de Presidente da ACOS o Eng. Castro e Brito fez severas críticas sobre o estado actual do parque de feiras e exposições de Beja!
Não pretendo dirimir responsabilidades ou exculpar ninguém: apenas acho que o tema merece reflexão! Ainda que existem boas intenções, o Parque é a definição de um elefante branco (ou clarinho, se preferirem) e importa ponderar sobre o que fazer a este excepcional espaço!
Eis um bom tema, para as tão famosas, discussões públicas...

13 comentários:

  1. Anónimo19:18

    Apesar de não ter uma opinião fundamentada acerca do "Parque de Feiras e Exposições", gostaria de deixar aqui algumas notas para discussão.
    O "Parque" onde se realiza a Ovibeja, é o resultado de uma obstinação ou teimosia da "Acos" que conseguiu remar contra a maré de descrença e falta de projectos arrojados por parte da cidade e dos seus responsáveis políticos.Mas, se isto aconteceu numa fase inicial, em que a "Acos" era vista com algumas reservas políticas e alguns constrangimentos de ordem pessoal,a partir de determinada altura foi possível colocar essas questões de lado e avançar com uma parceria que permitiu a construção daquela infraestrutura.Mercê dos fundos comunitários e de uma conjuntura política e económica favorável, desenhou-se um projecto sobre-dimensionado para a cidade que somos e para a região em que nos integramos.Melhor, para o espírito empresarial aqui fixo.Ou seja, aquela infraestrura apenas é rentabilizada uma vez por ano, pela Ovibeja, única iniciativa que tem projecção para rentabilizar aquele investimento.Só que, a "Ovibeja" realiza-se uma vez por ano e durante uma semana.Ora aqui coloca-se uma questão que deveria ter estado presente desde a primeira hora:como rentabilizar aquele equipamento ao longo do ano e, simultaneamente, fazer dele um esteio do desenvolvimento da cidade, do concelho e da região.É aqui que em minha opinião radicam os problemas do "Parque Expo" de Beja.Por outro lado, não nos podemos esquecer que este "Parque" foi pensando tendo em conta uma ideia merífica da agricultura alentejana e, em particular, da pecuária e pastorícia. Como sabemos ambas estão em crise pelos motivos que todos conhecemos ou deviamos de conhecer,tendo a "Ovibeja" vindo a deslizar progressivamente de uma feira de agricultura e pecuária que era a montra da força desses segmentos da economia regional, para uma feira incaracterística onde cabe tudo, desde os penicos de alguidares de baixo, passando pelas coisas do artesanato marroquino até móveis e bugigangas de todo o lado.E a questão é esta que nunca vi discutida: Qual o futuro da Ovibeja? É evidente que os responsáveis da "Ovibeja" deveriam parar para pensar o que querem fazer da "Ovibeja" porque o actual modelo de tudo ao molho e fé em Deus a curto prazo vai-se esgotar e então é que são elas como se costuma dizer...Acho que, mais do que nunca a chamada sociedade civil ou a classe empresarial da região deveriam chegar-se á frente e assumir um outro protagonismo, como vemos acontecer em outras regiões do país.Mas os nossos empresários são o que são e podem cair relâmpagos e trovões que nenhum se vai mexer.Sempre foi assim, porque é que agora ia ser diferente, se as pessoas são as mesmas? talvez os espanhóis e os dinamarqueses e os holandeses que andam a reinventar a agricultura da nossa região venham um dia a assumir essa responsabilidade, e salvem a "Ovibeja", como o grande mostruário da economia do Baixo Alentejo.No entanto, a salvação da "Ovibeja" não é, por si só, a salvação do "Parque Expo".É preciso que as pessoas com responsabilidades nesta área se deixem de birrinhas e tricas político-imbecis e percebam que, se querem ser levadas a sério, têm que ter um comportamento de pessoas crescidas.Como é possível que não se esteja atento á mudança profunda da nossa agricultura? Como é possível que tendo nós no concelho de Beja alguns do melhores produtores de vinhos e azeites do mundo, se faça uma feira de vinhos que parecia uma organização do Pingo Doce?? Será que a projecção dos nossos produtos mais valiosos como o vinho e o azeite, os queijos e os enchidos e etc....etc... não mereciam , por si só uma Grande Feira da vinha e do vinho do azeite e do olival dos roupeiros e dos queijos, ligando a tradição e a história com a inovação? O próprio Parque Expo, precisava de se expandir, para poder asssumir outras competências ligadas ao lazer, ao hipismo,a leilões de gado, a lojas de produtos locais, ao desporto equestre.Enfim , tanta coisa que se podia fazer ... Y

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  2. Isso é como tudo! Se não houvesse essa "Ovibeja" chorava-se porque cá "não há nada". Agora que existe chora-se por não ser devidamente aproveitado. Curioso...

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  3. Anónimo19:51

    Zig, seria interessante que se desse ao trabalho de refectir sobre os asssuntos para assim ter uma opinião fundamentada e passível de ser discutida. Chama-se a isso fazer o trabalho de casa. O contrário são bocas sem qualquer interesse para esta discussão...

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  4. anónimo:

    anónimo...

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  5. Anónimo13:01

    @Anónimo: Excelente reflexão, Parabéns. Irei tentar contribuir ao exposto com a minha opinião.
    Em 1º lugar acho que teríamos de deixar de olhar para esse espaço, como o espaço da Ovibeja. Deveriam se unir as chamadas forças da região ( ??? ) para o dinamizar, deixo alguns exemplos:
    - adquirir estatutos de feira internacional,
    - realização REGULAR de feiras, mostras e exposições, que revistam interesse para a actividade empresarial quer a nível nacional quer internacional,
    - apostar numa forte promoção dos produtos regionais e portugueses, contribuindo assim para o desenvolvimento do comércio internacional,
    - realização REGULAR de congressos e outros eventos de carácter sócio-cultural, científico, recreativo e desportivo,
    - dispor de serviços de apoio que garantam o efectivo sucesso das iniciativas que aí decorreriam, como por exemplo, criar um espaço fechado com Balcão de Informações, de Telecomunicações, de apoio ao Expositor, Kid`s Club, Gabinete de Imprensa, Posto Médico, Quiosque, Vestiários, uma zona de serviços de Restauração, um estacionamento dinâmico, ....
    - apostar verdadeiramente no apoio ao expositor, por exemplo, proporcionando um serviço tipo "chave-na-mão" aos mesmos, bem como praticar melhores preços, entre outros,
    - criar um auditório com grande capacidade de lugares, cabines de tradução simultânea, de som, de projecção, com serviços de apoio com bar, restaurante e sala de imprensa.
    Em suma, não olhar para este espaço como local ou regional, mas sim como nacional e de cariz internacional.
    Contudo isto só será possível se tivermos boas acessibilidades, boa capacidade hoteleira, uma rede diversificada de serviços de logística, de apoio, de lazer e produtos turísticos atractivos.
    Por nos encontramos numa posição privilegiada com a nossa vizinha Espanha, se estes factores se concretizassem, poderia a região de Beja beneficiar assim de um espaço que serviria também de alavanca para o seu desenvolvimento.

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  6. Anónimo18:21

    fcp, Obrigado por ter achado interessante a minha análise.Permita-me que também o brinde com um elogio ao afirmar que a sua intervenção vem completar aquilo que afirmei. estas despertenciosas ideias que aqui deixamos poderiam servir para lançar um debate acerca do "Parque Expo" e da "Ovibeja".Do "Parque" antes que fique obsoleto e degradado por não ter uso nem estratégia de afirmação nacional e, como afirma, internacional.Da "Ovibeja", antes que se transforme numa loja chinesa onde se vende e compra de tudo um pouco, como se um bricabraque de futilidades e lugares comuns se tratasse.Mas, quer-me parecer que estas preocupações que aqui manifestamos e algumas propostas apresentadas para discussão, não passarão de fogos fátuos, porque nesta cidade só se juntam pessoas para três coisas: falar de futebol, dizer mal de alguém e destilar invejas e ódios de estimação.É esta a cidade que temos.Uma cidade periférica da sua história, da sua memória, onde há muito se quebraram os laços identitários, de coesão social e cultural para se transformar num dormitório.Uma cidade sem alma, sem cidadania, sem estratégia, sem projecto.Uma cidade que tem crescido desarticulada, numa ausência de estratégia, o que tem contribuído para o esvaziamento do seu "Centro Histórico", para a destruição do sentimento de pertença e de cidadania que são apanágio das verdadeiras cidades.Uma cidade que se organiza e estabelece regras de funcionamento numa lógica de crescimento e proliferação idênticas ás ervas daninhas.Hoje, as pessoas vivem nos bairros periféricos onde se desenvolvem tiques sociais e culturais idênticos aos que podemos encontrar no Feijó, no Laranjeiro,na Cova da Piedade, etc...
    A cidade relacional, a cidade cultural, a "civitas" deu origem a uma cultura de subúrbio, em que as pessoas ficam prisioneiras desse triângulo vertiginoso e desmobilizador, composto por: Casa, trabalho, superficies comerciais. A cidade já não existe...está ao abandono.Abandono dos poderes, das empresas, dos comerciantes, que tanto se queixam, mas pouco fazem, e das pessoas que a habitam.A cidade são as pessoas que a fazem.Nós desistimos desta cidade! Somos bons é na intriga , na malidecência e na inveja. Veja-se pela ausência de comentários aqui. Se fosse para pessoalizar tudo isto, para dizer mal ou caluniar pessoas, tinhamos isto cheio de comentários...Desculpe o tom pessimista mas estou desencantado, não com Beja, mas sim com os bejenses....Y

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  7. Com excepção do "mimo" ao Zig, subscrevo muito do que ficou aqui escrito! Embora eu seja mais modesto: apenas gostava que o excepcional Parque de Feiras e Exposições fosse disponibilizado aos bejenses!
    Convido-os a compararem o Parque da Cidade com o Parque de Feiras: a diferença assusta! E não seria complicado que ambos tivessem o mesmo sucesso!
    Um bom café/restaurante no Parque de Feiras, todo o parque aberto, algum investimento em diversões para crianças e melhorar os espaços verdes! Cogitar - porque não custa dinheiro - a possibilidade de deslocar para o Parque algumas das actividades que se tentam fazer na Casa da Cultura e permitir a utilização das infra-estruturas por Associações regionais!
    E já agora, porque sonhar ainda não custa, fomentar a utilização desportiva do espaço...

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  8. Anónimo20:10

    "h", penso que não se trata de ser mais ou menos modesto. Trata-se de pensar a cidade, o parque expo e a ovibeja como um todo, e que tem a ver com a afirmação da cidade e com a definição de uma estratégia global de liderança regional.isto não vai, em minha opinião, como modéstias ou cosméticas.
    Acerca do "mimo", tratou-se mesmo de um "mimo" pois não se pretendeu ofender, mas sim colocar os pontos nos "is" acerca do que se pretende quando "posto". Não estou interessados em conversas futéis , nem foi minha intenção criticar na perspectiva que o "Zig" deixou transparecer.Longe de mim qualquer animosidade, por uma pessoa que nem sei quem é. Se o "Zig" se ofendeu, as minhas sinceras desculpas.Y

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  9. Y:

    É preciso muito mais para eu me sentir ofendido, mas para saber quem sou, basta ir ao meu blog...:)

    Agora, isso que disse aqui disse-o como opinião. É que, nos 25 anos em que cá estou, assisti a inúmeros casos em que algo que é desejado já há muito tempo quando finalmente realizado fica por utilizar devidamente.

    Muito que foi construído com apoios comunitários agora não tem a manutenção devida por falta de verbas. Construir é (foi) fácil, basta(va) pedir dinheiro à Europa. Manter essas estruturas já é mais difícil porque requer um constante olhar sobre as mesmas. E quando se trata de uma enorme infra-estrutura como esse Parque ainda mais difícil é por não ter o rendimento necessário para ter essa constante manutenção. Certo, os prédios neste lugar são construídos para durar, pelo menos a maior parte deles. No entanto, existem sempre custos. Esse parque tem que ter mais utilização, tem que ser melhor rentabilizado.

    Se calhar, nós (Associação Cantinho dos Animais) somos agora "vítima" dessa rentabilização já que nesta edição da Ovibeja temos que pagar se quisermos um stand. Antigamente, como associação sem fins lucrativos que somos, tínhamos esse stand gratuitamente. Nada contra, as leis do mercado mandam, mas podia-se fazer connosco uma excepçãozita...

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  10. Anónimo13:10

    "Zig" não conheço o seu blogue, apesar de conhecer e ter em grande consideração o trabalho desenvolvido pelo"Cantinho dos Animais". Afinal, a sua anterior intervenção ou foi mal interpretada por mim, ou o senhor explicou-se de uma forma que deu azo a outra interpretação, porque pelo que acaba de dizer, as suas preocupações são também as minhas.Sendo assim,um abraço e toda a força para o "Cantinho dos Animais".Y

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  11. Y:

    Muito obrigado pelas suas palavras!

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  12. Anónimo18:02

    Para permitir uma melhor apreciação crítica da EXPOBEJA e do que tem acontecido no Parque de Feiras e Exposições de Beja, apresentam-se as actividades desenvolvidas em 2007:
    Feiras - Moveldecor e BejaNoivos, Ovibeja, Ruralbeja e Feira Outlet, Stocks e Reduções;
    Outros eventos (+ ou -) regulares - Semana Académica, secretariados do Rali Cidade de Beja e da Volta a Portugal em Bicicleta, Bênção das Pastas, Festa Alentejana, Festa da Criança, Recepção ao Caloiro, Concentração Motard, Festa de Passagem de Ano;
    Eventos pontuais - XXXIV Exposição Nacional de Columbofilia, Encontro Regional de Patinagem de Velocidade “Indoor, “Portugal Azul – Portugal passa por si”, Concerto com “4 TASTES”, Taça Internacional Kyoshi Kobayashi de Judo, comemorações do 55º Aniversário da Força Aérea Portuguesa, secretariados do Rali Vodafone Transibérico e do Rallye TT Montes Alentejanos/Baja Cidade de Beja, Oratória “Fátima Sinal de Esperança para a Humanidade”, jantares da Maratona BTT e de Natal da Câmara Municipal.
    Mercados de levante, quinzenais, e abastecedor, diário.
    O Edifício Administrativo alberga, em permanência, a EDAB – Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, para além da Direcção e do Secretariado da EXPOBEJA, tendo as salas de formação sido utilizadas para 5 acções e para os secretariados de 3 provas desportivas e o auditório acolhido 22 iniciativas.

    Recordo que se trata de um parque de feiras e exposições, cujos eventos são de carácter pontual, mesmo que regular, e não permanente.

    LG

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  13. @LG - Fui testemunha privilegiada das declarações de Castro e Brito; no caso dele, como inequivocamente é o meu caso - parece-me que mais do que uma crítica à ExpoBeja, era a falta de uma visão autárquica sobre o espaço!
    Critica no qual o acompanho: entendo que o espaço é excepcional e merecia uma utilização mais abrangente! E deixei exemplos!

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