Quando a 11 de Outubro os bejenses votaram e mandaram para casa o PCP, depois de mais de três décadas de hegemonia vermelha na cidade de Beja, mais do que uma mera mudança, gritaram basta e exigiram rupturas!
Os bejenses estavam cansados de uma cidade mais ou menos arrumadinha, com festarolas por imperativos meramente eleitorais, de um interminável leque de queixume contra os que denominam de fariseus de direita, de uma total, patética, completa incapacidade de pensar a cidade; mais do que tudo isso, os muitos independentes que deram a cara e trabalho pelo projecto Beja Capital, - sujeitando-se à baixeza e ao insulto de quem grita democracia sem nunca ter conseguido perceber o que é um democrata – agiram pela revolta de amar uma cidade em que se excluíam todos aquelas que ousavam pensar diferente! Mais do que a promiscuidade, a irresponsabilidade na gestão dos dinheiros públicos e a falta de visão, há muito que indignava o pensamento de que quem não está comigo é contra mim, a exclusão e a abandono de pessoas válidas, porque cometiam o crime capital de pensar diferente, de pensar pela sua própria cabeça.
Recordo hoje o estado de espírito da Beja Capital, porque me parece, que tão importante como resolver a irresponsabilidade financeira, é fazer um imenso esforço de união por uma causa, de recuperar pessoas e projectos ostracizados, de juntar a gente boa da nossa cidade num projecto comum, deixando claro, que dessa gente boa, obviamente que também fazem parte muitos comunistas!
Nunca fui daqueles que defende que ao Estado, seja central ou local, cabe a realização de todas as tarefas; antes pelo contrário, defendo um Estado forte, mas mínimo, um Estado com autoridade, mas que permite respirar a sociedade civil, porque é no trabalho destes que encontramos as mais belas virtudes! Mas se a sociedade civil está amorfa, se está dependente de interesses partidários ou imbuída de mesquinhez calculista, compete ao Estado a delicada tarefa de despertar a sociedade civil, provocando-a, convidando-a a reassumir o seu papel.
Urge, portanto, espevitar a infelizmente pequena e pouco desenvolvida, sociedade civil bejense; com a colaboração de todos – ou pelo menos naqueles que querem verdadeiramente o que é melhor para cidade – devemos lutar para retomar as boas práticas do passado: seja caiar o centro histórico com o apoio de moradores e empresas, realizar feiras sucessivas na Praça da Republica, recuperar a doce feira da doçaria conventual, o Beja Alternativa, voltar a fazer de forma coerente o Festival do Amor, salvar a RuralBeja permitindo que esta seja realizada por quem sabe; porque uma cidade não se escreve apenas no passado, deve-se, tão depressa quanto possível, reconhecer a pertinência do azeite, em particular e da agricultura em geral no desenvolvimento da região e criar espaços museológicos para evocar estas realidade, preparar a criação de um Congresso do Cante Alentejano, bem como, acolher, outras e bem mais inteligentes propostas, independentemente, de quem as subscreve.
Nunca subscrevi a expressão de que com o resultado das autárquicas chegou a democracia a Beja; o PCP ganhou muitas eleições democraticamente e várias vezes mereceu ganhar: entendi em 11 de Outubro que ganhou uma visão diferente da democracia, que coloca a cidade acima dos interesses dos partidos, numa lógica de abrangência! Embora sem nunca esquecer que ser abrangente não é pretender agradar a todos, até porque alguns perderam demasiado para terem prazer com o desenvolvimento da cidade; ser abrangente também é ter a coragem de fazer rupturas, de dar murros na mesa, de acabar com lobbies e interesses mesquinhos, de correr com todos aqueles que existem para serem empecilhos do desenvolvimento!
"ser abrangente também é ter a coragem de fazer rupturas, de dar murros na mesa"
ResponderEliminarÉ verdade ... mas pelo que sei isto não foi feito.
Onde está a ruptura? São os mesmo....
Meu Kerido H
ResponderEliminarUm verdadeiro murro na mesa, deu o Presidente da Câmara da Vidigueira ao manifestar a intenção da Câmara comprar o Diario do Alentejo se a AMBAAL o quiser vender.
Esta ninguém estava à espera!
Um abraço
Kerido Vidigueira - desconhecia...
ResponderEliminarCaro Hugo
ResponderEliminarJá passaram 9 longos meses, sei que não é possivel fazer muito neste espaço de tempo, mas o que me preocupa não é o que não foi feito, mas sim a falta de defenição sobre o que fazer. Parece-me que começa a esmorecer o espirito do BejaCapital, com decisões erráticas e contrárias a esse espirito, com uma falta de diálogo e uma arrogancia que me deixa preocupado.
Isso sim é que me preocupa, há coisas que ou se fazem nos primeiros meses ou nunca mais se fazem.
Gostava de saber como se faz isto: " a delicada tarefa de despertar a sociedade civil, provocando-a, convidando-a a reassumir o seu papel."
ResponderEliminarEra urgente uma mudança…mas o tempo passa e não se verifica nada de concreto. Concordo com o “anónimo das 9:44” – 9 meses, falta de definição do projecto de mudança contrastam com a falta de diálogo e arrogância. O que se comenta é que JPV vai deixar a vereadora “arder” em lume brando, devido à sua arrogância e incapacidade, e antes das próximas eleições ela sai e a imagem de JPV fica intocável.
ResponderEliminarNicole - Com trabalho e inteligência!
ResponderEliminarProcurar os empreendedores, lançar-lhes desafios, apoiar iniciativas, criar mecanismos para reforçar a inter-ajuda!
É dificil? sim! Mas é muito possível!
h: o teu ultimo post devia ser empalhado, encastrado, emoldurado de tão foleiro, fonix!
ResponderEliminarnem o toni carreira cantaria melhor...
A " escada " para atigir o BEJA CAPITAL, tem muitos e vários degraus, mas a tese defendida pelo Hugo é por mim também compartilhada e é indespensável / urgente, voltar a unir os independentes que também como eu estiveram meses a prepara a vitória de 11 de Outubro de 2009.
ResponderEliminarO presidente da Câmara da Vidigueira não deseja e o PCP / CDU, perder o seu orgão de informação que é o Diário do Alentejo, daí a suísidária proposta lançada sem qualquer viabilização de pluralidade e essencialmente de ser e pensar diferente dos comunas.
Oh anonimo deixa-te de dizer asneiras.
ResponderEliminarO pensamento comunista quer saber quando é que as camaras do PS pagam as merdas das dividas a AMBAAl para Vidigueira e Serpa receberam os milhares de euros que estão la do outro lado.
O resto é folclore.
Oh anonimo deixa-te de dizer asneiras.
ResponderEliminarO pensamento comunista quer saber quando é que as camaras do PS pagam as merdas das dividas a AMBAAl para Vidigueira e Serpa receberam os milhares de euros que estão la do outro lado.
O resto é folclore.
Pode uma camara municipal ser proprietária de um jornal?!
ResponderEliminarQuase que valia a pena pensar nisto ...
Kerido Vidigueira - Li agora a notícia! Se a Câmara o comprar o DA, eu ofereço-me para Director...
ResponderEliminarPassou meio ano e agora? É que eu não noto nada.
ResponderEliminarA si gosto de o saber humano porque tal como todos nós, fala mas nem sempre sabe o que diz.
a-nonimo - quer dar exemplos?
ResponderEliminarPorque como sabe... também quem fale e outros que não entendem...
Outro excelente texto. Que o consigam ler!!!
ResponderEliminarKerido H
ResponderEliminarAcredito que mesmo com o DA na AMBAAL muitos veriam com bons olhos que V.Exª fosse o Director.
Se calhar ja tem dois votos logo à partida - o dos seus dois ex-alunos.
Um abraço
O que me deixa aliviado é que você não fala a sério quando brinca com a já tão propalada "candidatura" a director do DA.
ResponderEliminarTenho aprendido, por também eu contribuir a nível opinativo para dois órgãos de comunicação deveras especializada, que, indubitavelmente, dirigir estes meios exige algo mais que saber escrever.. Por outro lado, inúmeras vezes me tenho perguntado qual a real influência deste media regional na conformação opinativa do seu público alvo. Pessoalmente, tenho 2 secções que sempre leio atentamente, uma em termos afectivos me atrái (a torre de menagem do meu querido nana) e a outra face à curiosidade humana (a secção da necrologia), para além de determinados anúncios e publicações que por vezes surgem..
Giro, giro era fazer do DA o "braço" em papel deste blog, ao menos havia sempre expectativa na próxima edição...
@anónimo - Nunca fui eu a alimentar essa novela: desde o primeiro dia fui claro em dizer que não estava interessado!
ResponderEliminarMas.. se a CMV comprar o DA.. prometo ponderar!
Porque fogem tanto os nossos autarcas? Que façam um curso para gestão do tempo. Têm que arranjar tempo para ouvir a cidade. Percorram as ruas, os cafés, os restaurantes ... sozinhos ... devagar e com vagar ... ficarão despertos para as evidências ... e para a necessidade e urgência de fazer coisas.
ResponderEliminarO seu texto está quase no excelente e só não o atingiu, porque falta dizer mais quaquer coisa que parece nele subjacente, mas não claramente explicito. É que os que contribuiram no 11 de Outubro para a mudança continuan a aguardar a mudança. Porquê!? Quais serão as razões?
ResponderEliminarAs razões da mudança ou para continuar a acreditar que é possível?
ResponderEliminarNão podemos ficar eternamente a acreditar que é possível. Essa fase está ultrapassada.
ResponderEliminarSabe, tão bem ou melhor do que eu, que mudança, tal como projecto éum somatório de ideias, de razões, de pessoas, de honestidade. , mas acima de tudo de competências e de capacidades.
@anónimo - passaram 6 meses, de um projecto que é para 4 mais 4 anos, pelo que, parece-me prematuro tanto desencanto!
ResponderEliminarHá uma coisa que me parece importante e, no meu caso, foi determinante para aceitar apoiar: o Jorge foi um excelente presidente em Mértola - embora tenha sido um erro não acabar o mandato - pelo que tem algo muito pertinente: experiência!
Já se nota a diferença, olhem para as ruas, para os jardins, para a "cara" das pessoas, Beja está renovada. Mesmo que tivessem passado 4 anos, isto chegaria para JPV ser um vencedor.
ResponderEliminarVocê acredita mesmo nisso ou é sarcasmo puro?
ResponderEliminara pergunta é para?!!
ResponderEliminarPulido é um vencedor já aguentou mais de 6 meses...
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