Quando escrevo estas linhas, o País ensonado por um fim-de-semana de praia, começa a despertar para quais as consequências do que têm chamado de greve dos camionistas! Este não é o momento nem o local para explicar que esta paralisação não é uma greve, antes um lock-out, expressamente proibido pela Constituição da República Portuguesa; como também não irei desperdiçar minutos para sublinhar o óbvio, ou seja, que esta não é uma paralisação de camionistas, antes uma imobilização das empresas de transporte de mercadorias, onde se defendem interesses de uma classe de empresários, não dos seus trabalhadores!
Interesses que são legítimos, deixo isso bem claro: assumi há três semanas que defendia uma redução no ISP para o transporte profissional de pessoas e mercadorias, sob pena da intransigência governamental se traduzisse numa espiral inflacionista! Mas infelizmente nos últimos meses, tende a confundir-se autoridade com autismo, deixando arrastar situações na esperança vã que se resolvam por elas próprias ou mergulhem na bruma do esquecimento ou, como tem acontecido, arrepiar caminho e transigir quando os sons dos protestos interferem com a longa campanha eleitoral na qual o Governo PS mergulhou no presente e próximo ano! Mas nada do que fica dito carrega grande surpresa!
Interessante é olhar para quem apoia esta paralisação ilegal! Bem sei que para alguns, neste momento o que importa é contestação social, venha de onde vier, sejam quais forem as exigências: e se ficamos surpreendidos, não devemos ficar espantados: não há muito tempo atrás, numa famosa Assembleia-geral da PT, o País assistiu sorridente a dirigentes da CGTP aplaudir Joe Berardo!
Mas o que mais me indigna com tudo isto é a complacência com a ilegalidade, a benevolência com que um Estado que se diz de Direito, permitir que um grupo profissional se arrogue de milícias, impedindo a livre circulação de pessoas pelo País! É comovente a forma cândida como as autoridades (que para isso receberam instruções) toleram que os piquetes estacionem em IP`s (o que dá multa e apreensão de carta), mandem parar colegas e os convençam a juntar-se à paralisação, com o argumento de que só para que quer, quem não quer segue viagem e é apedrejado!
Nas próximas horas o Governo irá ceder: vai reunir-se com os pseudo-representantes desta paralisação, negociar uma qualquer benessezita, porque hoje compreendeu que o País corre o sério risco de parar! E até poderá estancar os efeitos desta alegada greve e confiar que o Scolari retire da mente dos portugueses estes acontecimentos! Mas o que é positivo a curto prazo é extremamente negativo a longo! Negociar com quem comete ilegalidades é provar a cobardia, demonstra ao País que se receia os fortes, concedendo benefícios àqueles que demonstram ter mais força! E ninguém segue e respeita líderes cobardes!
(crónica gravada ontem, quarta-feita, pelas 15h)
Interesses que são legítimos, deixo isso bem claro: assumi há três semanas que defendia uma redução no ISP para o transporte profissional de pessoas e mercadorias, sob pena da intransigência governamental se traduzisse numa espiral inflacionista! Mas infelizmente nos últimos meses, tende a confundir-se autoridade com autismo, deixando arrastar situações na esperança vã que se resolvam por elas próprias ou mergulhem na bruma do esquecimento ou, como tem acontecido, arrepiar caminho e transigir quando os sons dos protestos interferem com a longa campanha eleitoral na qual o Governo PS mergulhou no presente e próximo ano! Mas nada do que fica dito carrega grande surpresa!
Interessante é olhar para quem apoia esta paralisação ilegal! Bem sei que para alguns, neste momento o que importa é contestação social, venha de onde vier, sejam quais forem as exigências: e se ficamos surpreendidos, não devemos ficar espantados: não há muito tempo atrás, numa famosa Assembleia-geral da PT, o País assistiu sorridente a dirigentes da CGTP aplaudir Joe Berardo!
Mas o que mais me indigna com tudo isto é a complacência com a ilegalidade, a benevolência com que um Estado que se diz de Direito, permitir que um grupo profissional se arrogue de milícias, impedindo a livre circulação de pessoas pelo País! É comovente a forma cândida como as autoridades (que para isso receberam instruções) toleram que os piquetes estacionem em IP`s (o que dá multa e apreensão de carta), mandem parar colegas e os convençam a juntar-se à paralisação, com o argumento de que só para que quer, quem não quer segue viagem e é apedrejado!
Nas próximas horas o Governo irá ceder: vai reunir-se com os pseudo-representantes desta paralisação, negociar uma qualquer benessezita, porque hoje compreendeu que o País corre o sério risco de parar! E até poderá estancar os efeitos desta alegada greve e confiar que o Scolari retire da mente dos portugueses estes acontecimentos! Mas o que é positivo a curto prazo é extremamente negativo a longo! Negociar com quem comete ilegalidades é provar a cobardia, demonstra ao País que se receia os fortes, concedendo benefícios àqueles que demonstram ter mais força! E ninguém segue e respeita líderes cobardes!
(crónica gravada ontem, quarta-feita, pelas 15h)
perdoe-me a(s) pergunta(s),
ResponderEliminarmas reduzir o ISP para o transporte profissional não seria abrir um precedente? que poderia levar a outras exigências no futuro?
entre reduzir o ISP, e o aumento dos preços não vai aos bolsos dos mesmos? e reduzindo o ISP parece-me mais injusto porque nem tudo o transportado são bens de 1ª necessidade. embora admita que quer se queira quer não fomentar o consumo é fomentar o crescimento da economia...
Concordo em genero e numero..acho que devia de existir uma intervenção do governo.
ResponderEliminarTodos temos direito a reclamar os nossos direitos e acho muito bem que o façam.
Mas prejudicar 10 milhoes de pessoas em nome desses direitos parece-me uma atitude muito covarde de todos os intervenientes desta história..enfim..
É o que temos.;)
@ sien, venham elas!
ResponderEliminarO problema destas crónicas para Rádio é que são de dois minutos, pelo que demasiado suscitas, não explicando os raciocínios!
Entendo que governar é decidir e estabelecer prioridades: e, pessoalmente, entre o transporte profissional e pessoal, protejo o primeiro em detrimento do segundo!
Proteger deste insano aumento o tráfego comercial é proteger a economia! Obviamente que, se as contas publicas permitissem, tb os particulares deveriam pagar menos, aproximando-se dos valores em Espanha! MAs temo que por ora é impossível!
No mesmo sentido, também defendo algo que arruinava qualquer Governo: portagens mais caras, para quem viaja sozinho, revertindo essa taxa, para melhorias nos transportes públicos!
@vita - se tiver tempo e inspiração... irei pelo fds fazer post sobre isto! Mas.. com outro exemplo!
ResponderEliminarJá agora convinha um pouco mais de rigor a quem se pretende assumir como cronista, principalmente quando sai do registo da opinião, e esse é livre, e tenta o registo dos factos, e esse quer-se rigoroso.
ResponderEliminarNunca sindicalistas da CGTP numa AG da PT aplaudiram Joe Berardo. O facto que certamente queria fazer referência teve lugar numa AG do BCP.
E já agora, só mais um pormenor, esses sindicalistas pertencem à UGT.
Não que faça alguma diferença mas os factos são isso mesmo, factos e o rigor ou se tem ou não se tem.
@nónimo - Tem toda a razão! O rigor é importante! Quer para quem assina o que pensa, quer para quem critica anonimamente!
ResponderEliminarEu sei que é ridiculo e dói para quem é sindicalista e é sério: mas a culpa não é minha, é daqueles que foram aplaudir Berardo, que também eram da CGTP! Goste ou não!
E... porque factos são factos, fica a notícia do Jornal de Negócios:
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=291732
PS - Seria elegante, vir dizer algo depois de ler!