Como todos os bejenses, tenho carinho pelo Diário do Alentejo: durante anos cultivei o hábito de ler aquele que era o jornal da minha cidade, da minha região! Envergonhado confesso que poucas vezes o comprei, cultivando o vício da leitura misturado com o da cafeína, surripiando o jornal num qualquer café da cidade! Hábito que mantenho!
Vem esta introdução na sequência de uma proposta governamental, que procura retirar o Diário do Alentejo da Associação de Municípios: uma lei que de abstracta tem o nome, porquanto é certeira para o DA e o Jornal da Madeira.
É do conhecimento deste publico que sou crítico em relação ao Diário do Alentejo: aos vícios normais da actual imprensa, junta-se a falta de pluralidade, uma escolha que discordo para os cronistas políticos (admitindo que o meu bom leitor ache mais criticável o facto do CA me dar tempo de escrita!!!) e uma dependência ideológica face ao programa comunista. Como a dependência não seria diferente, se o PS tivesse a maioria na Associação de Municípios: por tudo, desde há muito que defendo a privatização do Diário do Alentejo.
Que agora se justifica ainda mais! A nova direcção do DA (e isto é uma opinião, não um facto) tem extremado posições num intolerável facciosismo: acompanhar os editoriais deste semanário é navegar entre o patético e o vergonhoso, abjecta que é a carga partidária dos mesmos, inadmissível num jornal que se afirma independente! O último editorial por exemplo, onde João Matias “baixa as calças”* ao “patrão”, é uma manifestação pornográfica de subserviência ao Presidente da Câmara Municipal de Beja, num elogio que, de tão rasgado, se torna patético!
Mas afirmar o que fica escrito, não é concordar com o diploma governamental! Um Governo que se reserva ao direito de manter dois canais de televisão, dos quatro que existem “em aberto”, que mantém rádios nacionais não pode fazer-se passar por virgem pudica e pretender ser o defensor da pluralidade na imprensa! Serei o primeiro a aplaudir uma privatização dos meios de comunicação social (admitindo a TV2 como excepção) caso a mesma seja total: procurar calar dos semanários regionais é tão abjecto como o editorial que supra fiz referência. E é por isso e apenas por isso, que amanhã vou comprar o Diário do Alentejo!
* Não procurem uma ofensa pessoal, onde não existe! Não conheço o cidadão João Matias e admito que seja alguém afável e simpático, para os seus amigos!
Independentemente das opiniões que cada um possa ter, quer em relação à dita privatização do Jornal ou em relação às atitudes do Governo, uma coisa é certa:
ResponderEliminar- só compra quem quer!...
Concordo com a análise!
ResponderEliminarPonderei se deveria comentar. Isto porque já emiti neste blogue, por diversas vezes, a minha opinião acerca dos meios de comunicação social da cidade.Qualquer análise que se faça terá sempre por detrás pressupostos ideológicos, partidários ou outros. Como em tudo na vida. O D.A. não é um jornal onde me reveja.Penso que era possível fazer muito mais e melhor. Era possível um projecto jornalistico de qualidade. Mas as coisas são o que são e, por diferentes motivos, o D.A, não é aquilo que eu gostaria que fosse e nem terei oportunidade de influenciar o seu rumo. Contudo, não tenho qualquer duvida que é o melhor jornal de Beja.Mas de longe. Não apenas por mérito de quem o dirige ou tem dirigido, mas porque é um jornal antigo, fortemente enraizado nas pessoas.É um jornal que cresce não em função de um projecto jornalistico, mas sim da imensa publicidade que tem.Uma coisa boa do D.A,é que não serve interesses pessoais, disse pessoais.Não alimenta campanhas de assassinato de carácter. Não persegue pessoas e instituições. Não serve para acerto de contas pessoais. Ou seja, independentemente das criticas que lhe faço, reconheço que é um jornal honesto e feito por pessoas de bem.Se isto não me basta, é contudo suficiente para eu ter um carinho especial por ele.
ResponderEliminarSe for necessário, aqui virei de novo. Y
Esclarecimento:
ResponderEliminarSem querer entrar em polémica, apenas esclarecer um ponto: nunca entendi que o poder económico seja mais casto que o politico! E até admito que o primeiro, porque mais oculto, seja mais pernicioso que o segundo! Mas... ainda assim prefiro o primeiro, porquanto o segundo é pago com o dinheiros dos nossos impostos. Se um jornal privado é pouco plural, tenho a escolha de não o comprar: num jornal público, quer goste ou não, estou a contribuir!
No ponto final, sintonia absoluta: esta não é uma lei para a pluralidade, é uma lei para chatear João Jardim que por arrasto apanhou o DA.
Bem, eu compro sempre os dois, o DA e o CA...
ResponderEliminarO principal jornal do distrito tem a cor do partido,a principal rádio tb,sabem o que isto é??3º mundo....estagnação,própria de um dos distritos mais pobres da europa,e não o é por acaso.......!
ResponderEliminar@anónimo: principal rádio do distrito?!! Presumo que se refere à Rádio que no Distrito tem a 3ª audiência, com base nos ultimos dados conhecidos...
ResponderEliminarY,
ResponderEliminar"Não alimenta campanhas de assassinato de carácter. Não persegue pessoas e instituições. Não serve para acerto de contas pessoais."
Está a referir-se ao "Alentejo Popular"?
Senhor anónimo vc sabe a quem me estou a referir. E consigo só quero distância. Ok? Y
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