Muita gente achou estranho este post! Porque é conhecida a minha proximidade ideológica com a nova maioria, porque sendo pessimista não sou fatalista e, sobretudo, porque nunca juntei a minha humilde voz à matilha dos assassinos de carácter! Percebo a lógica do Governo, não sem esforço, percebo o pensamento de Passos Coelho e, em condições normais, estaria aqui a aplaudir o arrojo do primeiro-ministro! Acontece.. que estes não são tempos normais!
O que me assusta - e a adjectivação não é uma figura de estilo - é perceber que estamos na beira de um princípio e que alegremente vamos dando passos em frente! Este não podia ser apenas mais um Governo: este teria de ser um governo de salvação nacional, um Governo de excelência, com os melhores dos melhores, que reunisse o melhor da Portugalidade! E deixem-se de merdas, não há portugues mais desiludido com os nomes do Governo que Passos Coelho: quem desejou Vitor Bento, Catroga, Sevinate Pinto, Marques Mendes, Fernando Nogueira, Lobo Xavier, Bagão Félix, Paulo Rangel, olha para os nomes do Governo e precisa de prozac para adormecer, muito viagra para ter força para governar!
Dizer isto não é atacar quem teve a audácia, a coragem, o arrojo e a bravura de aceitar ir para o Governo nestas circunstâncias: porque neste pais de inveja e mesquinhez, pertencer a um Governo não faz parte do curriculum, faz parte do cadastro! Mas reconhecer isto, não é enfiar a cabeça na areia e não reconhecer o óbvio, ou seja, que boa meia dúzia dos novos ministros eram excelentes secretários de estado, que alguns dos novos ministros são colocados em pastas desenhadas para os assassinar politicamente!
O que me assusta no novo Governo e convido a reflectir é perceber a razão porque os melhores se afastam da política e como este afastamento abre a porta à mediania e tantas vezes à mediocridade! E as respostas não são complexas de desflorar: os melhores fogem da política porque a politica paga mal e porque cada vez são menos aqueles que estão disponíveis para ser achincalhados, vilipendiados, em praça pública, por tugas idiotas e invejosos, que em cada político vêem um ladrão que urge abater como um cão sarnento! Pelo que, enquanto continuarmos nesta saga auto-fágica de criticar tudo e todos, atacando a honorabilidade de todas as pessoas, estamos condenados a este trágico circulo viciante e vicioso!
O que me assusta?! Dispam as cores partidárias e respondam-me com verdade: com todas as qualidades humanas e pessoais que por certo têm, com os seus méritos e virtudos, sendo todos sem excepção gente séria e boa que quer o melhor para a nossa terra, alguém acha que João Ramos, Pita Ameixa e Mário Simões são o melhor do baixo-alentejo? Que são os mais dotados para lutar em Lisboa pelos nossos interesses?!
PS - Carlos Moedas é secretário de estado! Depois de termos um Ministro que deixou saudades - António Serrano - Beja volta a estar muito bem representada no Governo! O que poderá ser muito importante, se tivermos a inteligência de usar isso a nosso favor! Foi uma estupidez - e critiquei-o por isso - Carlos Moedas ter afirmado que não iria aceitar um lugar no Governo e que ficaria como deputado: porque é muito mais útil à região no Governo que a coçar os tin tins no parlamento! Mas uma frase não faz um homem e eu ainda acredito que a altura de um homem não está nos centímetros!
Com este governo vc vai finalmente poder ver o que é uma reforma do ensino a sério e não uma patifaria, que foi o que a sua adorada Lurdinhas tentou fazer.
ResponderEliminar@anónimo - Eu espero que este ministro tenha a capacidade e inteligência de terminar o que a Ministra anterior começou, tendo o engenho de fazer a avaliação, algo que faltou à ex-ex Ministra!
ResponderEliminarMas... tenho receio que daqui a pouca semanas este ministro seja carne para canhão, como foram dezenas no passado! é corajoso? Lanço-lhe um repto: assine o seu comentário para que, daqui a um ano, possa ser confrontado com esta afirmação!
Não me admira nada que haja 2ºas, 3as e 4as escolhas para certos Ministérios. O que me admira é ainda haver gajos (sim, pq a maioria são gajos)que deixem os cargos bem remunerados em certas empresas e universidades para irem para a política, onde vão ganhar menos e a possibilidade de falharem é infinitamente grande.
ResponderEliminarEu cá, por via das dúvidas, vou esperar para ver! Muito embora, certas escolhas já nos dêem que pensar, como é o exemplo do Ministro da Saúde.
Já agora, e na esperança que o Moedas leia este blog, um recado para ele: Força Carlinhos e vê lá se fazes alguma coisa por Beja!
CG - Espero bem que esteja enganado e que CMoedas não leia este blogue...
ResponderEliminarPq não ????? A brincar dizem-se muitas coisas sérias!
ResponderEliminarA ultima pessoa ilustre que leu este blogue foi o strauss kahn e deu no que deu! :D
ResponderEliminarA sério Hugo: tira umas FÉRIAS ! ;-)
ResponderEliminarNão foi isto que os comunas criticaram em Beja??
ResponderEliminarMarca ALVITO e Plano de Desenvolvimento
Estratégico serão apresentados na
quarta-feira (22 de Junho)
O Mercado Municipal de Alvito recebe na
próxima quarta-feira, dia 22 de Junho, pelas
15h00, a sessão pública de apresentação do
Plano de Marketing Territorial e do Plano de
Desenvolvimento Estratégico do Concelho.
Nesta sessão será apresentada a nova marca Alvito, desenvolvida a partir do conceito Alvito, onde a felicidade é fruto da terra. A marca Alvito pretende, internamente, criar um sentimento de alta autoestima, através da valorização de produtos locais e da qualificação da mão-de-obra e, do ponto de vista externo, atrair investidores e parceiros; gerar fluxos de turistas e tornar-se um pólo de conhecimento.
O Plano de Marketing Territorial foi desenvolvido pela UNIDCOM, unidade de investigação do IADE – Instituto Superior de Design, Marketing e Publicidade com base no sistema metodológico IDEAS(R)EVOLUTION – A creative way of thinking.
Na mesma sessão será apresentado o Plano de Desenvolvimento Estratégico do Concelho de Alvito, desenvolvido pela Associação Terras Dentro em parceria com a Universidade de Évora. O Plano aponta uma estratégia até 2025 que pretende tornar Alvito num “concelho empreendedor e diferenciador”, sugerindo uma aposta nas políticas que promovam a criação de condições “para qualificar e reforçar a base económica, promover a inclusão social, manter o território ordenado e a qualidade ambiental, fixar população ativa e atrair novos habitantes, visitantes e turistas”.
Claro que vai fazer uma avaliação, Mas uma avaliação justa e que tenha em conta as questões pedagógicas e conhecimentos e capacidades dos professores e não aquela coisa que a outra senhora inventou.
ResponderEliminarPelo contrário, ele não vai acabar o que a a Lurdinhas começou, vai é acabar de vez com a herança torpe dessa senhora,
Mas vc não entende, não há nada a fazer. Fique lá com a sua ministrinha do coração que a educação vai dar finalmente um passo em frente contra todos aqueles que pensam como vc.
De certas pessoas não se pode esperar pensamentos um pouco mais elaborados. Como já aqui foi dito, as mentes simples impressionam-se muito com caras feias, aparências de competência, autoritarismos e discursos da treta.
Devo depreender que não tem estatura moral para aceitar o repto, não é? Não me surpreende: isto da coragem não é para todos! E cada vez são menos os que têm coragem para permitir que se interprete o que se diz e o que se faz!
ResponderEliminarE sabe porque é que este ministro vai conseguir? Porque vai ter os professores do lado dele e os sindicatos vão ser reduzidos a poeira.
ResponderEliminarNão se fazem reformas contra as pessoas mas sim com as pessoas. Coisa que a ex-ministra nunca entendeu e que ficou celebrizado na frase: "perdi os professores mas ganhei o país". E quem se perdeu afinal foi ela.
Um reforma que queria apenas poupar dinheiro e roubar os professores nunca irá para a frente.
Mas o grande Hugo é que sabe da poda. Pena é que quando a avaliação chegou à sua casota, aí é que foi esbracejar com a injustiça.
Sim, filho, já te atendo.
ResponderEliminarIsso de permitir comentários anónimos para depois tentar desautorizar as pessoas que não assinam é um bom truque.
Mas comigo estás bem enganado.
@anónimo - lancei-lhe um repto! Mostrou que era cobardolas e que só se sente macho quando ataca no anonimato! Para si, perdi paciência! Enquanto for um cobardolas, ponha-se na bicha e insulte-me, que estou habituado!
ResponderEliminar@anónimo - Não é uma questão de admitir ou não anónimos: é ter paciência para quem usa o anonimato para ofender e difamar!
ResponderEliminarvocê até é um tipo inteligente: mas cega com a ex-ex-Ministra e ataca como um cão raivoso, sem norte nem sentido! E já tivemos esta discussão vezes demais! Apenas... perdi a paciência!
Fiz-lhe um repto: mas era óbvio que não iria ter coragem! Porque é de coragem que falamos!
Para tentar perceber alguma coisa sobre o ensino:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=GZLjnu1jZCk&feature=player_embedded
Sabe porque lhe pedi para assinar?! Porque quando você vier aqui chamar tudo ao novo Ministro, vou ser eu a estar aqui a defende-lo! E você sabe isso! Por isso mesmo é que lhe falta a coragem para assinar!
ResponderEliminarEnagana-se. Eu sou amigo pessoal do novo ministro. Foi meu aluno. Digo-lhe na cara o que tiver que dizer.
ResponderEliminarAzar o seu.
Então, espero bem que esteja disponível para o defender! Porque se ele foi um Grande Ministro, vai ser muito atacado! Eu vou estar aqui: você... o tempo dirá!
ResponderEliminarAh pois vai, Disso não tenho dúvida. Os poderes instalados no Ministério vão-lhe fazer a vida negra.
ResponderEliminarNem é uma coisa específica dos DOIS ministérios do Nuno Crato: vai ser em todos! Nunca um Governo teve condições tão más como o actual!
ResponderEliminarH, concordo que neste governo haja muitas 2ªs escolhas, mas penso que esse factor deve ser desprezado, pois isso é dar importância que não merecem aos que recusaram !!
ResponderEliminarNão concordo que os melhores se afastem da política.. até porque analisando (em termos globais) os últimos 35 anos, acho que os bons nunca andaram na política, salvo honrosas excepções que, pela sabedoria popular, confirmam a regra.
Qualquer um dos nomes que referiu já possui contas bancárias e/ou generosas pensões e não recusaram ir para o governo por ganharem menos... (o Paulo Macedo vai perder umas dezenas de milhares de euros por mês), recusaram porque vais ser difícil, arriscado, duro. E como os tais apelidados "melhores" ou são muito bons mas é a comentar nas televisões ou já foram ministros no "tempo das vacas gordas".... sabem muito bem que "agora é que porca torce o rabo" !! (uma homenagem singela ao ex-ministro da agricultura, tendo pena não seja reconduzido na pasta !
Em suma, é tempo de arregaçar as mangas e apoiar activamente, o governo, o País para levantar Portugal.
Desejo arduamente que tal aconteça, pelo País, pelos Portugueses, pelas próximas gerações, pelo projecto europeu... e finalmente, como eu perdoo mas não esqueço, para que tais pesos pesados comodistas engulam em seco e tenham que vir aplaudir o sucesso das 2ªas escolhas.
dada a conjuntura actual, aceitar cargos destes é um acto de coragem. Claro que a expectativa é grande, por exemplo no que diz respeito ao Ministério da Agricultura: o que dizem os senhores agricultores, machistas e preconceituosos, sobre a nova ministra? É nestas reacções que vamos dar provas do valor que damos ao nosso interesse nacional...
ResponderEliminarPedro - Concordo! E subscrevia-o na integra em condições normais! Mas estas não são condições normais! E temo que as pessoas ainda não o perceberam!
ResponderEliminarNos próximos anos ninguém pode ser avaliado pelos parâmetros que eram os normais!
Já estou com uma lágrima no canto do olho só de pensar nos coitadinhos dos novos ministros que vão ganhar menos ao serviço da "causa pública" do que ganham hoje no privado. Não se esqueçam é que quando deixaram o governo vão ganhar ainda mais do que ganham actualmente.
ResponderEliminarPois bem, vou referir só alguns nomes de políticos que quando saíram da política não se safaram nada mal:
- Jorge Coelho
- Pina Moura
- Nogueira Leite
- Paulo Macedo
- Fernando Nogueira
- José de Oliveira e Costa (Este antes de ser preso não viveu nada mal)
- Dias Loureiro
- Armando Vara
- António Vitorino
Basta pesquisar no google o nome de cada um deles e perceberão que a "causa pública" trouxe-lhes muitos proveitos para as suas "causas privadas". Estão todos em conselhos de administração de bancos e grandes empresas nacionais e estrangeiras.
A lista como é óbvio não é extensiva...tinha de estar aqui a tarde toda!
ResponderEliminar@zé - O problema é que a lista tende a aumentar, directamente proporcional ao populismo!
ResponderEliminarAntiga ministra acusada de prevaricação de cargo político
ResponderEliminarhttp://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1883738
A vantagem de ser anónimo é que até se pode ser professor do Ministro...
ResponderEliminar@H é verdade que o populismo tem aumentado, mas esse mesmo populismo é o resultado da falta de transparência e da promiscuidade entre a política e as grande empresas (banca, energia, comunicações, obras públicas).
ResponderEliminarNão é o populismo que gera a corrupção, é exactamente o contrário. O aumento da corrupção abre espaço para o populismo e para a criação de estereótipos contra os políticos.
Exactamente, Zé Miguel, exactamente!
ResponderEliminarH- por não serem condições normais é que:
ResponderEliminar1. Tenho um sentimento de revolta, pela "deserção" das tais primeiras escolhas, uma vez que se são considerados os melhores e os mais capazes, deveriam ter aceite o convite do PPC, em nome do desígnio nacional. Embora a democracia seja também o respeito pela escolha de cada um, a mim também me ensinaram desde "piqueno" que no reverso da moeda da Liberdade está a Responsabilidade.
2. Dou muito valor àqueles que aceitaram "pegar o toiro pelos cornos" (roubando a sua expressão de alguns posts atrás), constituindo um governo que terá muito que trabalhar, em condições difíceis, sujeitos para já ao escrutínio idiota da opinião pública desconfiada e pessimista, sem ainda nem sequer terem assinado qualquer diploma...
Por favor (e que pena tenha que isto não possa ser lido a nível nacional, com toda a humildade) mas quem não quer trabalhar pelo menos não empate. Perante esta situação (e faço eu também o meu acto de contrição) todos e cada um olhem primeiro para as nossas casas, para as nossas empresas, para a nossa cidade, para aquilo que fazemos do nosso tempo e... pensem, sonhem, ajam de forma a que sejam melhores cidadãos, melhores profissionais, mais eficientes, mais produtivos.
Não gosto de usar frases feitas, mas esta serve que nem uma luva para a situação:
"Ask not what your country can do for you; ask what you can do for your country."
-John F. Kennedy (JFK)
Caro H, estamos uma vez mais em desacordo, embora reconheça a inteligência e oportunidade da sua análise. Antes de mais faço a minha declaração de interesse: sou eleitor da CDU. Agora indo ao concreto, digo-lhe que este Governo deve merecer de todos os portugueses, o benefício da dúvida. No que se refere à sua composição, não podemos continuadamente apregoar que a sociedade civil não quer saber de assumir responsabilidades e depois quando se verifica o contrário, continuamos a criticar. Se as escolhas de Passos Coelho, fossem as que o H referenciou, tinhamos os mesmos que agora criticam a sua exclusão, a criticar a sua escolha para o Governo, relembrando que Catroga e Fernando Nogueira estiveram realacionados com o pior do cavaquismo, estando ainda o último ligado ao negócios escandalosos de armas... Bagão Félix ao "famoso" Código do Trabalho e à "mascara" criada para baixar o déficie e por aí a fora. Sejamos francos, existe gente de grande valor no actual Governo, como são os casos, entre outros, dos mistros da Economia, da Educação, da Saúde, das Finanças...
ResponderEliminarE... não me venham com a falta de experiência, porque com os do costume, todos nós, incluindo o H, já vimos que não vamos lá! Foram mais de 3 décadas perdidas...
@anónimo - discordar é saudável! mas permita-me uma nota: alguns dos nomes que tenho pena de não ver no Governo são independentes e considerados pela sociedade! Aliás... se há coisa que me caracteriza é defender independentes!
ResponderEliminarAgora... este é um Governo de um momento excepcional e iria precisar dos melhores entre os melhores! Vamos comparar um Marques Mendes com o Miguel Relvas? Ou um Fernando Nogueira com o Miguel Macedo? A Assunção Cristas é provavelmente a mais talentosa politica da sua geração, mas... na agricultura?!! Bagão Félix, claro que sim, porque o seu CT é manso para o que vem aí agora!
O que critico no post não são as pessoas que aceitaram, que tenho o cuidado de elogiar: a minha crítica é para todos os que recusaram! E termino: acha mesmo que João Ramos é o melhor que o PCP tem para oferecer?!
O ódio aos políticos chegou a um ponto em que a inexperiência executiva é vista como um bom currículo para os novos ministros. Como bem explica Vasco Pulido Valente, um ministro que não conhece o Estado é engolido por ele, um académico que não conhece as repercussões políticas e sociais de cada decisão que toma e que não está preparado para lidar com elas estampa-se sempre. Fica espantado o teórico sem mácula quando os seus maravilhosos modelos não funcionam no ingrato mundo real. E paralizado na sua virginal inocência, não consegue mudar nada. Não, não há governantes espontâneos.
ResponderEliminarConversando com um passista sobre o novo governo e a extraordinária inexperiência política dos novos ministros ele defendeu-se assim: e em 1974, não eram todos inexperientes? Ficaríamos com os ministros de Marcelo para garantir a experiência? Espantei-me. E respondi: é diferente, esse era um período revolucionário. Tratava-se de um corte com o regime anterior. Pagámos cara a inexperiência dos governantes, mas ela era inevitável. Agora não vivemos uma revolução em que cai um regime para outro tomar o seu lugar. Resposta: sim, vivemos.
É à luz deste espirito revolucionário dos ultras que tomaram o poder no PSD que devemos olhar para este governo. A verdade é que esta corrente ideológica extremista é ultraminoritaria em todos os países, e mais ainda em Portugal. A crise económica, o falhanço das anteriores lideranças do PSD e o desprezo nacional por José Sócrates ofereceram-lhes o poder. Eles estavam no lugar certo à hora certa. E o desespero dos portugueses é tal que estavam dispostos a aceitar qualquer coisa, péssima que fosse, desde que fosse diferente.
Mas quando toca a formar governo estes grupos vanguardistas, animados pelo seu fervor ideológico, têm sempre um problema: ninguém que conheça as dificuldades de governação os acompanha. Quem, no seu perfeito juízo, perante a quase impossibilidade de cumprir o memorando da troika nos seus apertados prazos, acha que pode ir mais longe? Dois tipos de pessoas: teóricos sem qualquer noção do que significa governar e representantes dos interessados no leilão em saldo de todo o património publico, com especial atenção para o mais apetitoso dos sectores, o da saúde.
A estrutura de governo que Passos desenhou era para políticos. Um técnico é, por natureza, especializado. E nenhum especialista sabe de empresas, transportes, obras públicas, exportações e emprego, como se exige ao novo ministro da economia. Para ministérios destas dimensões eram necessários coordenadores não especializados mas bons a gerir conflitos e a rodear-se de secretários de Estado conhecedores das pastas. Mas um governo desenhado para políticos experientes (com a agenda apertada que o memorando apresenta, teriam mesmo de ter muito traquejo) foi preenchido por estreantes que talvez daqui a um ano tenham uma vaga ideia do lugar onde estão a trabalhar. O governo com a tarefa mais difícil das ultimas décadas é formado por caloiros.
Mas uma coisa é verdade: é um governo ideologicamente coerente. Na economia, um privatizador entusiasmado, acabado de chegar à realidade nacional. Nas finanças, um intelectual radical que em vez de temperar a receita do BCE tentará carregar-lhe ainda mais nas cores. Na educação, um saudosista mais ocupado com os seus próprios fantasmas do que com os problemas reais do ensino público nacional. A saúde é um dos poucos ministérios ocupados por um homem de ação e com provas dadas. Mas que, como ex-administrador da Medis, não se livra da justa suspeita de representar os que desejam o fim do Serviço Nacional de Saúde público e a transferência de recursos para o privado.
Caro H
ResponderEliminarNão sei se o Marques Mendes e o Fernando Nogueira, são ou não melhores que os Miguéis, Relvas e Macedo, porque conscientemente não posso fazer essa avaliação. O que sei, é que já por lá passaram e, francamente, deixaram muito poucos saudades... Já no que se refere ao naipe de deputados eleitos por Beja, Carlos Moedas, há parte, sim, eram fracotes. E eram-no porquê? Porque a sua indigitação para cabeça-de-lista ou para n.º 2 da lista (Mário Simões), obedece áquilo que a política e os partidos têm de pior: clientelismo, estratégias partidárias locais que se sobrepõem ao interesses nacionais, etc. etc. Agora, há semelhança daquilo que me fez, deixo-lhe também uma questão: É ou não verdade que "isto" já não vai lá com os mesmos de sempre? Reconhece ou não, competência a alguns dos Ministros agora empossados, como são os casos da Educação, Economia, Saúde, Finanças e Justiça, só para citar os mais óbvios. E já agora, a história faz-se com os audazes, com os corajosos... não com aqueles que, de fora, estão sempre a dar dicas e e a querer passar a ideia de que seriam muito melhores que aqueles que estão a tentar fazer alguma coisa pelo País. Sou novo, mas estou completamente farto de Sebastianismos!
@anónimo, não vou voltar a bater no que já disse, pelo que, respondo apenas à parte dos ministros!
ResponderEliminarSaúde - uma escolha surpreendente! primeiro fiquei espantado, depois rendi-me: grande escolha! E... era este o perfil que PPC desejava! Independente, competente, experiente, com conhecimento da matéria!
Economia - uma incógnita! Um grande teórico, mas desconhece a nossa realidade! Não subscrevo, embora reconheça competência!
Finanças - Intelectualmente competente, seria um excepcional secretário de estado! Mas não conhece a máquina e era crucial que o conhecesse! Não tem seis meses para conhecer a casa: tem seis dias para apresentar medidas concretas!
Educação - uma escolha excepcional! Que tenha força para derrubar as corporações!
Justiça - tenho dúvidas! Preferia Aguiar Branco! Que tenha força para derrubar as corporações!