Por quem os homens dobram!

Se fosse feito um dicionário de tudo o que não sei, seria a maior enciclopédia da história! Sentado tendo por companhia o barulho das ondas bravas a morrer no areal, deliciava-me em revisitar a guerra civil espanhola tendo Hemingway por cicerone, quando, a metros de pouca distância, um grupo de machos daqueles muito machos, que de tão machos que são provavelmente até se comem uns aos outros, comentavam indiscretamente os rabos que passeavam no areal! 

O leitor perceberá o dilema deste que vos escreve: porque por mais embrenhado na leitura que um gajo esteja, um cu é sempre um cu, pelo que ficamos presos no dilema entre ler e espreitar os ditos! 

Porque estavam sem óculos e apenas por isso, indignado, também eu olhei para os apregoados cus que os gajos metros ao lado gabavam! E conclui algo assustador: não faço a menor ideia do que seja um bom cu! 

Aliás: começo a desconfiar que nenhum gajo faz a menor ideia do que seja um bom cu!?

Mas o que me inquieta é outra coisa, uma reflexão para a qual convoco os estimados leitores e as gajas que me lêem: se isso do bom cu é como o amor, ou seja, profundamente subjectivo, o que deverá um gajo sensível e meigo como eu, quando confrontado com o melhor cu da praia?! É suposto ser hipócrita e fingir que é apenas mais um cu igual a qualquer outro par de nalgas e cobardemente calar-se?! Ou educadamente abeirar-se de uma desconhecida, congratula-la, dar-lhe os parabéns por ter o mais belo rabo do verão?! E não me lixem: não sou de certeza o único a ter estas dúvidas existenciais!!!