quarta-feira, junho 25, 2008

Momentos...


Tirou uma peça, lentamente,
depois de ter estudado ao espelho cada movimento
O alcance e extensão de cada gesto
Depois de treinar cada olhar.

Olhou despudoradamente nos olhos
Deixando-se perder numa respiração altiva
Deixando o corpo embalar-se ao som
Do cd devotamente escolhido

Sentia em si os efeitos dos seus gestos
Constatava no outro a medida dos seus actos
Deixando-se inebriar
No êxtase que provocava

Tirou outra, seguida de outra ainda
Sempre provocadoramente lenta
Sempre deliciosamente astuta
Sem bem saber onde conduziria o caminho iniciado.

A dado momento, perdeu-se num ar um gemido
Um grito mudo, sussurrado, quente
O contentamento descontente de quem
Perdeu uma partida de xadrez...

3 comentários:

  1. Adoro poesia com final inesperado.
    E esta combinaria muito bem com os cortinados do blog porcalhoto... além das tuas crónicas semestrais, claro.

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  2. loooool..estava eu toda entusiasmada..bah

    ;)

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  3. Anónimo10:20

    Xeque - Mate....

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Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!