segunda-feira, junho 27, 2011

Sobre aeroportos que voam baixinho, cabeças pensantes, túneis de vento e adjectivos indecorosos, escrito em boxers

Há umas semanas apresentaram-me o diretor do Aeroporto de Beja e o responsável pelo marketing. E uma terceira pessoa também ligada ao projecto, mas que não fixei o que fazia! Conversámos meia dúzia de minutos, meras conversas de circunstâncias, daquelas que não tenho o menor talento! Estou certo que se nos voltámos a cruzar eles não fazem ideia de quem sou eu e distraído como sou também não os reconheço! Algo absolutamente irrelevante para o meu leitor!
O que me move estas linhas foi a razão pela qual fui apresentado! Fui apresentado porque - nas palavras de quem o fez - sou um dos grandes defensores do Aeroporto de Beja, dos poucos que o fazem! 
Uma terrível injustiça: ainda eu não tinha "pintelhos" e bejenses ilustres lutavam por este projecto! Ainda eu não tinha opinião sobre o tema e já gente boa da nossa terra dava muito de si a lutar por este projecto, absolutamente estruturante para a região! 
Porque o projeto é bom! Porque o projeto tem uma lógica de desenvolvimento regional! Porque defende o interior! Porque combate o despesismo dos mega investimentos! Porque se consegue potencializar um elefante branco que é a base aérea! 

Não entendo este sentimento estúpido e autofágico dos alentejanos criticarem o Aeroporto de Beja! Percebo que os idiotas de lisboa o façam; porque são idiotas, porque para eles tudo o que não é Lisboa e Porto é mato e serve para queimar, porque há terríveis interesses económicos construir um novo aeroporto (mais a ponte, mais as acessibilidades, etc!!!) e o sucesso de pequenos aeroportos é um empecilho! Mas se entendo tudo isso, não percebo os bejenses que atacam o nosso aeroporto e que ficam extasiados de felicidade sempre que surge uma má noticia! 

Quando ninguém falava defendi que fosse a EDAB a gerir o aeroporto e inúmeras vezes critiquei a demora em atribuir a gestão do Aeroporto! Quando tudo era silêncio critiquei que ninguém estava a pensar o dia depois da obras! Quando apenas se falava em Aeroporto fui dos que tentei explicar que o caminho é um cluster aeronáutico. Mas ter razão não é tudo na vida! Agora não é tempo de ficar a coçar os tin tins e a criticar: agora é lutar para que as coisas corram bem e que o Aeroporto possa ser o que tantos sonhámos! Que por uma vez Beja se saiba unir à volta do que é importante! Sob pena de não merecermos o que temos! Ou de merecermos tudo o que não temos! 

Adenda: Quando se lê o que se escreve no País sobre o Aeroporto, percebemos como é estúpida a discussão: entende-se que esta é uma obra de Sócrates - os otários que escrevem desconhecem que começou ainda com Barroso -, pensam que se fez um aeroporto novo que custou milhões e milhões (o aeroporto de beja custou basicamente o mesmo que reformar as duas escolas secundárias da cidade, sendo que foram reformuladas 100!!), pelo que, é impossível debater o tema, uma vez que, sempre que se discute com idiotas, perdemos sempre!

11 comentários:

  1. Anónimo00:32

    O que me pergunto sempre que leio que Beja precisava de desenvolver um cluster aeronáutico é: O que é um cluster aeronáutico?

    Baseado em quê? Turismo? Industria? Serviços? Formação? Isto tudo e mais alguma coisa?

    Dado existirem cidades que com apenas um aeródromo conseguem criar condições para ter fábricas, é bom que em Beja se comece a pensar bem o que se pretende criar na área aeronáutica pois aeronáutica não é apenas ter um aeroporto e esperar que as coisas caiam do céu...

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  2. @anónimo - infelizmente há sítios onde investimentos vêm do céu, pela mão de amigos influentes! Não vou perder tempo a explicar-lhe o que é um cluster porque está escrito, mas, num ponto estamos de acordo e já o escrevi: neste momento temos guitarra! O tempo dirá se temos dedos para a saber tocar!

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  3. Anónimo01:37

    Dois meses depois da inauguração, o aeroporto de Beja recebe um voo regular semanal, de Londres. No último domingo, o avião com capacidade para 49 lugares, trouxe sete passageiros. Ao final da manhã já não havia vestígios dos turistas e os serviços de apoio estavam fechados. O promotor das viagens considera “pobre” o primeiro mês de voos. Uma opinião contrária à do diretor do aeroporto, que faz uma avaliação muito positiva da nova pista de aterragem alentejana.

    in Expresso

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  4. @anónimo - Falei nisso no ultimo "porque há conversas e outras conversas": um dos nossos grandes problemas é a incapacidade de pensar a médio prazo, esta ânsia de exigir resultados imediatos! Um erro crasso!

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  5. Anónimo11:58

    você é dos poucos que se interessa pelo aeroporto: os outros só querem politiquice!

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  6. Anónimo12:57

    Isto explica muita coisa...

    http://travel.nytimes.com/2011/06/26/travel/from-lisbon-a-visit-to-evora-overnighter.html?ref=travel

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  7. Pedro Margarido13:37

    H, se concordo que devemos pensar a médio prazo e portanto não olhar apenas para os resultados imediatos, também já percebi (na minha humilde opinião) que o médio prazo podia começar dois anos antes da abertura do dito aeroporto.
    Mas em Portugal tem sido sempre assim, dado que nunca se sabe quando a obra vai acabar nem quanto vai custar. Enquanto formos mestres da derrapagem e trolhas do planeamento vai ser assim.

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  8. Anónimo13:38

    Sem dúvida.

    Explica sobretudo por que razão Beja jamais será um destino turístico e a inutilidade do seu aeroporto.

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  9. @anónimo - o que explica?!

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  10. Requalificar as secundárias, ainda foi como o outro. Falando da minha D. Manuel, as salas eram mesmo muito frias, um aquecedor por sala no inverno não chegava, e a construção também já não estava muito famosa. O Liceu... bom, escuso-me a comentar, pouco o conheci por dentro além da típica visita pontual. Agora, obras à Mário Beirão, que em 1999 tinha acabado as últimas obras, isso sim foi de génio.

    Quanto ao Aeroporto, mais uma vez repito o que digo há anos: enquanto nos perdemos em guerrinhas estéreis Évora-Beja, Lisboa-Porto, Norte-Sul, Interior-Litoral, o relógio não pára, a vida avança. Outros evoluem, nós temos sempre de ter em quem bater para termos um propósito de vida. E nem assim saímos de onde estamos.

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  11. Anónimo23:08

    quando abria a piscina no tempo dos comunas: http://ireflexoes.blogspot.com/2008/07/piscina-municipal-de-beja.html

    e ainda falam!! que raio de gente!!!

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