sábado, maio 31, 2008

Casal Arnolfini, por Jan van Eyck



Tem sido escolha deste que vos escreve, privilegiar a pintura do final do séxulo XIX e desabrochar do século passado, mas hoje, convido-o a passear pelo século XV, nomeadamente mergulhar na pintura flamenga! Protegido pela corte de Flandres, Eyck foi senhor de um mundo que se circunscrevia à Europa, com especial apetência pelos países mediterrâneos onde encontrou inspiração para as suas obras. Oferecemos o Casal Arnolfini, a sua pintura mais carismática, envolta em mistério e simbolismo! Aparentemente um banal retrato de um rico casal aristocrático, que dedica o seu nome ao quadro, na busca de uma imortalidade relativa, presa a uma qualquer parede! Quem estudou a obra e o autor, afiança que é a representação do sigiloso matrimónio do casal, testemunhado por Eyck, que no quarto dos nubentes, perpetua-os de pé, tensos, quase majestáticos ou simplesmente constrangidos, com o nubente a benzer a esposa, que repousa a sua mãe ventre, reminiscência de um tempo em que a maternidade era a razão única do matrimónio! Mais do que o estilo, soberbo sem dúvida, onde se destaca a importância dos detalhes, os pequenos nadas quase invisíveis ao olhar (como o reflexo, no espelho), convido-o a penetrar no mundo do simbolismo que norteia todo o quadro; desde a cor de verde do vestido que veste Giovana, onde não apenas está patente a opulência de um rico comerciante, como a cor da fertilidade, reforçada pela pose e pela mão que cobre a barriga! Eloquente é o pormenor das laranjas, descuidadas sobre a mesa escondida atrás de Giovanni; fruto de luxo na Europa do Norte, simbolizam o pecado mortal, a luxúria, os pensamentos pecaminosos. O que atraí a curiosidade de quem se debruça sobre o quadro! Se todos os elementos da pintura apontam para o casamento perfeito, um matrimónio irrepreensível, a junção de dois seres que foram concebidos para viverem um ao lado do outro como se fossem um só, não deixa de merecer reflexão, as laranjas, que simbolizam o pecado, desalinhadas, como que esquecidas na tela de Jan van Eyck, cuja amizade intima com Giovanni Arnolfini, suscitava boatos sobre a sexualidade de ambos, dividindo-se a doutrina entre uma amizade intensa ou um enamoramento impossível de viver… publicamente!

3 comentários:

  1. Anónimo00:51

    É um vício vir aqui aos teus sábados!

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  2. Anónimo20:40

    Aos mais distraídos: ainda não viram estas duas personagens no genérico de nenhuma série de tv actual onde a descrição aqui feita assenta que nem uma luva?
    Não?! Então eu ajudo: sob a capa de uma vizinhança de aparência tão perfeita que é improvável, acontecem as maiores hipocrisias e imoralidades mascaradas de normalidade.

    J.

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  3. Eu andei olhando muito para esse quadro e descobri algumas cenas q me levam a pensar em um misterio


    Reparem no cachorro e depois no espelho.....como vcs podem ver ele nao tem reflexo.

    outro misterio era os sapatos no canto de baixo direito....
    c vcs repararem bem o sombra do sapato esta voltada para cima
    e se vcs verem a janela vc poderao ver q tem a sombra de um pedaco de madeira voltada para baixo...........................
    isso quer dizer q o sol esta batendo de dois lados
    Exemplo: as luzes iriam se cruzar c n ouvesse niguem ali.
    como a letra (x)se cruza
    Entao dai em me pergunto
    isso n e possivel o sol n pode fazer isso entar batento em dois lugares
    outra coisa a mao esquerda do marido ...parece q ele esta rezando ou fazendo uma prese ou um juramento.Sem contar para o seu olhar para onde ele esta olhando???
    Eu notei isso hoje reparando nos quadros......

    Sem contar em outro misterio do quadro Monaliza c vc coloquar um espelho na metade de sua cara voce ira notar q ela vai sorrir e a paisagem vai c complerar e no otro lado e vai ficar sem expressao e a paisagem vai virar um desfiladeiro sem fundo.....
    vou pesquisar mais...obrigado pelo seu tempo

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