sexta-feira, maio 30, 2008

A ler o CorreioAlentejo...


Encontro uma excelente análise do António Revez sobre as directas partidárias (que até hoje, só me parece que resultaram no PS), um editorial que convida a reflectir (momento de graxa ao chefe do jornal para ele me permitir escrever mais crónicas), um texto fabuloso e arrepiante da Sandra Serra (irra que a tipa escreve bem que dá vontade de bater) e um merecido elogio ao meu ex-aluno e Presidente do Aljustrel por uma excelente época!

7 comentários:

  1. nada disso está disponível para não-assinantes, não?

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  2. @joão gaspar - é só para assinantes! Mas, não conte a ninguém: eu lá para segunda roubo o artigo da Sandra Serra e coloco aqui: merece mesmo ser lido!

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  3. Anónimo16:17

    de segunda a quinta o acesso é livre!

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  4. @anónimo mais informado do que eu - quando o acesso fica livre, os links mantém-se os mesmos? Ou seja, sem nada fazer, os viagreiros-prozacianos podem ler as crónicas que aqui fiz ligação?

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  5. Anónimo19:14

    Quando hoje se procura identificar as causas da decadência da cidade de Beja, não nos podemos ficar por uma análise superficial daquilo que julgamos ter sido determinante para estado comatoso em que nos encontramos. Muito menos se, levianamente, nos compararmos com Évora. São realidades históricas, geográficas, culturais e económicas distintas. Para nos compreendermos temos que fazer um esforço para percebermos as razões que levaram o mundo a nos cair em cima. Pois bem, Beja é o resultado da sua história e é nela que podemos encontrar as causas da nossa decadência. Nela e na qualidade e protagonismo dos agentes políticos, económicos e culturais. A Beja cristã teve poucos e curtos surtos de desenvolvimento. Talvez possamos identificar um com o povoamento de Dom Afonso III; outro com o estabelecimento dos infantes na cidade; e outro pós 25 de Abril. O resto foi uma lenta agonia. Mais do mesmo durante séculos. Quando chegamos a 1835, com a venda em hasta pública dos bens das igrejas e dos conventos, a esmagadora maioria das herdades eram pertença da igreja e das ordens religiosas. A burguesia emergente, ligada ao negócio de gado, lã, cereais, curtumes, aparece como a grande ganhadora quer pelas arrematações que fez, quer pela usurpação a que jogou mão sempre que pode e lho permitiram. Os grandes agrários que chegaram ao 25 de Abril detentores de quase todo o território agrícola e pecuário tinham origem neste momento histórico. Ora se repararmos, Beja praticamente não possui casas apalaçadas, solares, ou coisa que se assemelhe. Beja, nunca desfrutou das mais valias da agricultura e da criação de gados, base da economia da região. Beja era apenas uma cidade de serviços, e continua a ser, sem uma burguesia empreendedora, sem história nem tradição empresarial. Um tecido social e económico débil, com relações de produção do tipo feudal, com hábitos enraizados de descapitalização da agricultura para investimentos em outras áreas ou em beneficio próprio. Veja quem são hoje os agricultores mais dinâmicos do concelho e da região. Por aí podemos ter uma ideia do que foi a economia regional durante décadas. Depois do 25 de Abril deu-se um surto urbanístico com breves fogachos que de alguma forma agitaram a cidade, mas tudo sem qualquer base económica sólida. Beja nunca teve um verdadeiro empresário, nem uma autêntica empresa. Teve alguns comerciantes, uns mais espertos do que outros e pouco mais. Esta é a realidade. Quer queiramos quer não. E, quanto a mim, não bastam discursos saloios de querer colocar Beja no mapa ou de juras de amor eterno aos empresários. Primeiro porque colocar Beja no mapa como se diz, não é uma questão que se resolva com uma varinha mágica. Antes do mais seria interessante saber o que se entende por essa expressão que entrou de repente no léxico dos políticos locais. Será uma afirmação de Beja como pólo económico? Será criar em Beja uma forte dinâmica cultural? Será fazer de Beja uma cidade educativa? Será apoiar a fixação de artistas, escritores, cientistas? Será uma mistura inteligente de tudo isto? Acerca paixão assolapada que alguns parecem nutrir pelos empresários, como se eles fossem deus nosso senhor na terra, tenho alguma dificuldade em saber quem são os empresários da cidade. Ou eu não conheço a cidade ou anda aqui uma história muito mal contada. Refiro-me, como é óbvio a empresários do século XXI, não a comerciantes, ou a nichos de mercado obsoletos.
    Acerca de Évora, acho ridículo e releva de um desconhecimento atroz pretender comparar as duas cidades. Évora tem o dobro dos habitantes de Beja, tem um tecido empresarial que nada tem a ver com o nosso, tem uma universidade há séculos, teve uma burguesia rural empreendedora, veja-se os palácios, casas solarengas, igrejas, monumentos, de Évora e olhe-se para a confrangedora miséria local. Na cidade, no seu urbanismo, podemos ler aquilo que somos, se para tal tivermos olhos e quisermos verdadeiramente ver. Depois, os sucessivos governos trataram de esvaziar Beja de serviços e mandá-los para Évora. Estranho que aqueles que mais se parecem bater para colocar Beja no mapa e digam que a cidade está morta, sejam os mesmos que assistiram impávidos e serenos a todos esses atentados à cidade que dizem ter no coração. Haverá, certamente, também responsabilidades para quem tem ocupado o poder local. Sem dúvida. Como também todos e cada um dos que ainda se dizem bejenses tem a sua parte de responsabilidade. O que fazer ? Responda quem sabe.

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