Quando o meu leitor perceber que escolhi a Pandora como uma razão para amar Beja, vai ficar com a certeza certa que ensandeci definitivamente! Deixo-lhe uns segundos para me achincalhar, antes de começar a explicar as motivações da inusitada escolha!
Garanto-lhe que não desconheço que nos últimos dez anos a Pandora se arrastou na podridão, ora aberta ora fechada, somando desastrosas gerências que descaracterizaram a casa. Se é que algum dia a casa teve identidade, porquanto desde o seu atribulado início se assemelhou sempre a uma mera soma de partes! Por outro lado, o mais conversador dos meus leitores - não deixa de ser curioso que este estranho blogue tem um público muitíssimo heterogéneo - ficará magoado comigo pela exaltação da vida nocturna da nossa pacata cidade.
Mas gostemos ou não, o divertimento nocturno é um dos pecados da vida moderna, não muito diferente do que sempre existiu! E viver sem pecar, deve ser terrivelmente aborrecido!
Na minha entrada na adolescência, Beja tinha os Infantes ao fim de semana e os Ufos (que fazia matinés!!, recordam-se?) Fora isso, o velho Lanterna Azul, o Arcadas e "aquele na Praça da República" cujo nome a memória me fez esquecer!
A Pandora é um sonho de um homem - Rui Simão, de seu nome - que acreditou sozinho num projecto maior que a cidade, que lutou e se empenhou por ele, oferecendo à cidade uma discoteca que, naquela altura, seria provavelmente a melhor de todo o Sul do País. Por aqueles tempos - curiosamente abriu na noite do meu décimo sexto aniversário - Beja tinha a centralidade na noite, sendo recorrentemente visitada por noctívagos de diferentes destinos, que se deixavam perder e arrastar por uma noite que era única e inesquecível. De quando em quando, outros bares e discotecas aqui do burgo roçaram a excelência, provavelmente até suplantaram a velhinha Pandora, mas, porque a justiça é um imperativo, importa reconhecer que a noite de Beja deve tudo à audácia de um tipo mal humorado, mas um grande empreendedor que ousou sonhar mais e mais alto!
Garanto-lhe que não desconheço que nos últimos dez anos a Pandora se arrastou na podridão, ora aberta ora fechada, somando desastrosas gerências que descaracterizaram a casa. Se é que algum dia a casa teve identidade, porquanto desde o seu atribulado início se assemelhou sempre a uma mera soma de partes! Por outro lado, o mais conversador dos meus leitores - não deixa de ser curioso que este estranho blogue tem um público muitíssimo heterogéneo - ficará magoado comigo pela exaltação da vida nocturna da nossa pacata cidade.
Mas gostemos ou não, o divertimento nocturno é um dos pecados da vida moderna, não muito diferente do que sempre existiu! E viver sem pecar, deve ser terrivelmente aborrecido!
Na minha entrada na adolescência, Beja tinha os Infantes ao fim de semana e os Ufos (que fazia matinés!!, recordam-se?) Fora isso, o velho Lanterna Azul, o Arcadas e "aquele na Praça da República" cujo nome a memória me fez esquecer!
A Pandora é um sonho de um homem - Rui Simão, de seu nome - que acreditou sozinho num projecto maior que a cidade, que lutou e se empenhou por ele, oferecendo à cidade uma discoteca que, naquela altura, seria provavelmente a melhor de todo o Sul do País. Por aqueles tempos - curiosamente abriu na noite do meu décimo sexto aniversário - Beja tinha a centralidade na noite, sendo recorrentemente visitada por noctívagos de diferentes destinos, que se deixavam perder e arrastar por uma noite que era única e inesquecível. De quando em quando, outros bares e discotecas aqui do burgo roçaram a excelência, provavelmente até suplantaram a velhinha Pandora, mas, porque a justiça é um imperativo, importa reconhecer que a noite de Beja deve tudo à audácia de um tipo mal humorado, mas um grande empreendedor que ousou sonhar mais e mais alto!
Está fenomenal, Hugo. Nem consigo comentar agora! Trouxeste-me tantas recordações!
ResponderEliminarE nunca mataram lá ninguém...
ResponderEliminarFui obrigada a recordar retalhos da minha adolescencia..as matinés de sexta á tarde nos "Ufos", em que ao toque de saida do liceu se via a malta a correr em direcção ao C.C.Carmo.. O "Arcadas" , O "lanterna" os "Infantes" em que a malta mal se mexia para dançar, mas era uma festa!A espectacular Pandora que tão boas noites de farra proporcionou, onde se encontrava gente bonita, caras diferentes.E depois de tudo isto, regressava a casa em segurança.. sem medo!!Enfim! Tempos que já não voltam!
ResponderEliminarA Pandora!
ResponderEliminarBoas recordações, mas kerido H, a vida nocturna não traz qualquer tipo de mágoa a qualquer leitor do teu blog.
A mágoa é mais pelo Rui, e ainda hoje não percebi se a Pandora não merecia a cidade ou pelo contrário a cidade não merecia a Pandora.
O que é certo é que não resultou, empresarialmente falando, e a cidade perdeu, assim como nós todos.
se dos ufos as minhas recordações não são assim tantas, recordo com saudade algumas tardes do meu já longinquo 9.º ano, em que me divertia na pandora!
ResponderEliminartenho pena que findo esse espaço, nunca mais tenha existido 1 discoteca em beja!
Filipe Campêlo há já alguns anos que escolheu a nossa cidade para viver com a sua familia e eles terão seguramnte uma série de razões para amar beja, pois pelo que sei Filipe continua a trabalhar em Lisboa (piloto) mas falo deste homem porque hoje foi inaugurado em beja o agrupamento 234 dos Escoteiros de Portugal e foi dia de promessas e Investiduras e é a ele a quem se deve a sua existência em beja..(para quem não sabe Os escoteiros de beja reunem-se todos os Sábados provisóriamente no Colégio de Nossa senhora da Conceição frente á casa da Cultura pois ainda não tem sede). Filipe Campelo pensou que em Beja faltava esta iniciativa pois no Alentejo apenas existia um agrupamento em Moura e jogou mãos á obra com uma equipa espectacular que tem feito um trabalho exelente com as nossas crianças..a eles o meu obrigado e os meus parabéns pelo trabalho desenvolvido. Ao H peço desculpa pela minha ousadia de usar o seu blog para este agradecimento pessoal, mas eu sei que com o tempo e depois de ser mais divulgado este trabalho, toda a cidade estará de olhos postos neste projecto, nestas pessoas e em conjunto agradecer-lhes o que têm feito por nós!Já agora se alguém quiser abraçar este projecto será muito bem vindo pois são precisos mais adultos para que se possa fazer mais e melhor!
ResponderEliminarPara quem quiser saber mais...
http://aepbeja.blogspot.com/2008_04_01_archive.html
PIruças existe o agrupamento 641 dos escuteiros de Beja.
ResponderEliminarEmbora diferente AEP de CNE não poderá dizer que não existia movimentos para as crianças em Beja.
Os meus parabéns para a abertura da AEP em Beja.
Peço desculpa pelo offtopic
Filipe
Peço desculpa por não referir esse facto, não quis de todo denegrir o CNE que me merece todo o respeito , pois também eu em tempos fui escuteira. Apenas quis com o meu comentário assinalar a inauguração do 234 em Beja e exaltar o trabalho dos responsáveis...um beijinho muito grande para os dirigentes do CNE em Beja que também merecem ser referidos e elogiados pelo trabalho que há tantos anos tem desenvolvido e que sem grandes ajudas tem sobrevivido na nossa cidade! Parabéns à AEP e ao CNE em Beja e em todo o mundo , porque o importante mesmo são os principios que ambos os grupos defendem e os valores que passam ás crianças e adolescentes.
ResponderEliminarO espaço Pandora esta desaproveitado na cidade, tudo isto porque não houve ninguém capaz de voltar a colocar esta discoteca no topo,que há muitos anos atingiu...Os proprietários encontraram outros sonhos e outros negocios mais rentaveis, não sei...O grupo Buddha club ja esteve interessado no espaço mas o negocio não se concretizou, ja não vejo futuro muito brilhante para aquele espaço. Ainda faz falta em Beja um espaço para aqueles que ja não acreditam na noite de Bejense e passam os serões entediados em casa ou deslocam-se para outros locais fora da cidade...
ResponderEliminarEste espaço sempre teve um grande defeito: Estava integrado na malha urbana, logo, trazia sempre problemas de barulho e de estacionamento. E depois, a razão mais grave de qualquere negócio: a falta de financiamento próprio suficiente. Um negócio não vive só de sonhos, tem que haver por trás um financiamento sustentável o que não foi o caso. E depois, as licenças - longas e complicadas. Finalmente aberto, sofreu daquilo que qualquer novidade sofre - é deixar de ser novidade. Vivi isso "ao vivo" na discoteca "Os Infantes" a qual ajudei a construir na parte técnica de som e luzes. Esteve no auge um pouco mais de um ano, nem deu para pagar as dívidas e depois era só prejuízos. É por isso que digo, sem financiamento sustentado em cidades como a nossa nenhum negócio tem fiabilidade.
ResponderEliminarTenho 37 anos, entrei pela 1ª vez no “Lanterna Azul” tinha os meus 14/15 anos (com o meu grupo de amigos que era a Av.ª Vasco da gama), um Sr. Narigudo com um aspecto físico do mais caricato que se possa imaginar, retirava e voltava a colocar os cinzeiros nas mesas, enquanto nós, bebíamos copinhos de vinho (tipo adega) e comíamos carapauzinho frito, servidos em pratinhos de plástico pelo Sr. Monteiro, aliás éramos dos poucos jovens nessa adega/café nessa altura. O Sr. Zé era o dono, um antigo forcado de 1,50 mt de altura e 2,00 de largura com um temperamento sensacional; quanto estava com os baldes (que era quase todos os dias, sacava do seu “Bordalo” de defesa pessoal e batia com ele no balcão com toda a força que tinha …BUM BUM BUM ..era um espectáculo.
ResponderEliminarQue tempos...
H - o tal café que não te lembras o nome é o “Camacho” (belíssima cerveja preta),e que noites sentado no lancil do passeio em noites de verão tudo isto é inesquecível.
Adega do Sintra outro lugar característico.
Quanto à Pandora foi do melhor que existiu no país mas mesmo o melhor...
Que noites de Pandora...
Tinha muito para dizer sobre os infantes mas...havia tanto para dizer que se calhar vou escrever um livro, "Os noctivagos das décadas de 80/90"...hehehehe
ResponderEliminar@anónimo 10.52 - Não elogiei a capacidade de gestão do RS. Aí reconheço que teve alguma falta de habilidade! MAs.. invejo a capacidade de lutar por sonhos: e... ele empenhou tudo nesse sonho!
ResponderEliminar@tenro - Belos tempos! E sim, era o camacho que nao me recordava! Abraço!
ResponderEliminarH ás 7:05
ResponderEliminarÉ verdade, empenhou tudo.
O que tinha e o que não tinha.
E muitos naufragaram com ele.
Não havia um piloto igual ao do avião no rio Hudson.........
olá, h
ResponderEliminarBelos tempos esses da pandora...
Lembro-me que sempre fui de escrever em agendas, as vezes com codigo..eheh, onde tinha ido com quem...e quando a pandora inaugurou tenho assim..."fui a inauguração da pandora...fiquei até as 2 da manhã", foi portanto um feito, tinha eu se n me engano 20 anos.Sei que foi em Fevereiro, amanhã ainda vou ver se encontro a agenda.
Tenro, esta é para ti, e então noites a fio, no quintal do muralha???Lembras-te?eheheh
ResponderEliminarBelos tempos o arcada, o camacho,ufos ,infantes,cocteau,pandora,lanterna,leitaria,2M enfim quando Beja era uma cidade com pessoas,copos, e bom ambiente há tambéma existia a casa dos arcos e a cave que era do castiço da samid que não me recordo o nome e a tasca do viriato ali para os lados da rua do canal eos cafés do mercado!
ResponderEliminar@anónimo 11.16 - Consigo fechar os olhos e recordar uma qualquer história em todos os locais que cita! E fui feliz em alguns deles. Mas, acredite, que esses locais (ainda que com outros nomes e direcções) continuam a existir e a proporcionar a outros as mesmas doces memórias que nos deixaram. Nós... é que já não somos quem éramos..
ResponderEliminarH, pelo que percebo, quer o você quer os comentadores e eu também somos todos da mesma geração. Este post fez-me regressar ao auge da minha juventude e digo-lhe que ás vezes apetece mesmo regressar ao passado... porque fui mesmo muito feliz pelos locais que têm vindo aqui a ser recordados. "Ó TEMPO VOLTA PRA TRÁS" :)
ResponderEliminarEu proponho fazermos todos um jantar no "Toi Faróis"( paga o dono do blog)e a seguir fazemos o rally das tascas!
ResponderEliminar@piruças - Muito amiguinha aqui do rapaz! eheheh
ResponderEliminarA tempo: onde raio é esse tal do "toi dos faróis?"
Ó H tu não conheces o "toi faróis" em Porto Peles?? Serve um entrecosto grelhado do melhor, entre outras coisas grelhadas também , mas se preferires comidinha da panela caseirinha atravessas a rua e provas os petiscos da D. Maria que vem para a mesa á descrição incluido as sobremesas que te aparecem inteiras(tarte de natas e molotov) e tiras o que te apetecer! Recomendo! Se optares por conhecer qualquer destes restaurantes aconselho-te a ir cedinho pois estás sujeito a não apanhar mesa :O) Bom apétit
ResponderEliminar@não conheço nenhum dos dois, apesar de já ter ouvido falar no de Porto Peles! Onde é a D. Maria?
ResponderEliminarNão sei se o Hugo se recorda mas havia, na noite e no panorama cultural de Beja, mais um local, daquilo que agora se chama de culto: foi o efémero "É aqui". Funcionou pouco tempo na sede do Despertar na Rua das lojas. E foi o meu grande amigo Henrique Matos o seu impulsionador. Aliás, o Henrique Matos mereceria um post....
ResponderEliminar@vitor - Recordo-me bem do Henrique, com quem privei algumas vezes! Sem dúvida, uma figura!
ResponderEliminarà dona maria (ou francisca) corresponde à taberna do cesário, sita também em porto de peles, casi defronte do toy faróis (local onde jantei no degustei este sábado uns insuperáveis tordos grelhados).
ResponderEliminarPorto de Peles está-se a tornar num roteiro gastronómico, cujos 2 restaurantes estão sempre cheios (quer ao almoço, quer ao jantar)!
Recomendo e aconselho vivamente uma ida ao local antes que a qualidade comece a diminuir e os preços a aumentar!
JH
Já baptizei a D. Francisca...por acaso não me soava bem, mas Maria é Maria e nunca se sabe se a senhora é Maria fracisca ou vice versa!!!rsrsr
ResponderEliminarA pandora voltou a reabrir mas agora mensalmente, acho que foi um excelente opção, visionária até em termos financeiros. Quanto ao senhor Rui Simão posso dizer que também teve o Capitel e também não funcionou. Acho que não basta apenas ter sonhos tem que se ter outro espirito e outra visão do que é a noite em Beja. Ás vezes por brincadeira vou aos mastros dos bairros sociais da nossa cidade e reparo que estão sempre cheios de gente, porque será então que um espaço como a Pandora não funcionou? Talvez porque os empresários da noite em Beja têm que aprender a viver com (e potenciar) o que têem. É muito bonito ter um certo tipo de clientes quando se abre a casa, mas esse tipo de clientes é o pior para o negócio, só vão enquanto é novidade, muitas vezes bebem à borla e depois esquecem-se da casa que tão bem os acolheu. Sempre fui bem tratado em todos os locais noturnos de Beja, o unico sitio em que tive más experiencias foi a Pandora (infelizmente). Agora já ando a fikar "cota" e poucas vezes saio à noite mas que temos (ou podiamos ter) uma bela de uma discoteca, isso temos.
ResponderEliminarpandora a melhor discoteca da zona sul?lol provavelmente nunca foi a setúbal á seagull
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