Uma das razões para amar Beja é o rio. Deixada a frase assim escrita, a esmagadora maioria dos leitores será tentado a pensar que ensandeci definitivamente, que vejo água onde apenas corre o barro. Mas ofereço-vos hoje uma húmida razão para apreciar a nossa cidade, banhada pelo Rio Guadiana, que corre no nosso concelho, razão que justifica esta minha aparentemente estranha escolha.
Infelizmente o amor entre a cidade e o rio tem sido desprezado pelos homens, curioso paradoxo de um país de marinheiros que passa séculos divorciado dos mares. Mas amar algo ou alguém é esquecer os defeitos – ou amar os defeitos, porque são estes que nos dão individualidade e nos tornam únicos – e ter a capacidade para ver mais longe que os limites curtos, sonhar para além do horizonte, conseguir ver o que ainda não está lá, mas só depende de nós construir. Amo uma cidade que tem um rio a sete quilómetros, que apenas precisa de uma pequena estrada e alguns infra-estruturas que nos permitam usufruir o rio grande do sul, um café debruçado sobre as águas para ler um bom livro, petizes a correr nas margens dentro de um parque infantil abrigado, pescadores ao longe, desportos náuticos que ofereçam o azul ao amarelo esverdeado dos campos.
Porque Beja é uma cidade onde se juntam os opostos, onde os contraste se atraem numa idiossincrasia especial, onde comungam dispares afluentes num leito que se vai construindo, num caminho que podemos escolher. A escolha desta noite é um caminho que nos leve ao rio, que nos possa conduzir ao mar…
Infelizmente o amor entre a cidade e o rio tem sido desprezado pelos homens, curioso paradoxo de um país de marinheiros que passa séculos divorciado dos mares. Mas amar algo ou alguém é esquecer os defeitos – ou amar os defeitos, porque são estes que nos dão individualidade e nos tornam únicos – e ter a capacidade para ver mais longe que os limites curtos, sonhar para além do horizonte, conseguir ver o que ainda não está lá, mas só depende de nós construir. Amo uma cidade que tem um rio a sete quilómetros, que apenas precisa de uma pequena estrada e alguns infra-estruturas que nos permitam usufruir o rio grande do sul, um café debruçado sobre as águas para ler um bom livro, petizes a correr nas margens dentro de um parque infantil abrigado, pescadores ao longe, desportos náuticos que ofereçam o azul ao amarelo esverdeado dos campos.
Porque Beja é uma cidade onde se juntam os opostos, onde os contraste se atraem numa idiossincrasia especial, onde comungam dispares afluentes num leito que se vai construindo, num caminho que podemos escolher. A escolha desta noite é um caminho que nos leve ao rio, que nos possa conduzir ao mar…
Sem dúvida uma grande verdade... se este rio estivesse noutro país, noutra cidade, onde as mentalidades fossem outras, as suas margens teriam vida...por enquanto...esperemos sentados
ResponderEliminarO rio Guadiana faz parte das recordações da minha infância.Era maravilhoso acampar naqueles moinhos abandonados, ía a familia em peso. Lembro-me do meu avô lançar as redes naquelas águas, peixinho do bom que se abanava preso nas suas malhas, que iria ser cozinhado pelo próprio pescador.Estou a falar de um "caldo de peixe" que só o meu avô sabia confeccionar.E o que eu gostava de me banhar naquele rio...e saltar de pedra em pedra e de vez em quando cair belas cuzadas.Lembranças que ficam, Recordações de gente pobre , mas ricas na sua essência!
ResponderEliminarse fala do rio deveria também vir a referir a praia da messejana ;)
ResponderEliminarjh
@jh - agora vou cala-lo: eu já estive na praia da Messejana! (tentar apanhar a foto para lhe mandar!)
ResponderEliminarHá pessoas que parece não quererem ver a TRISTE REALIDADE de Beja actualmente!
ResponderEliminarPor mais que se tente dourar a pílula, seguindo / apoiando o "discurso oficial" de propaganda da Autarquia, Beja é actualmente uma cidade(?)moribunda, suja, pouco atractiva, etc. etc.
Tem "potencial" para ter uma excelente "qualidade de vida?! Claro que sim mas muita coisa teria de mudar por aí: uma volta de 360 graus como dizia o outro.
@anónimo que abomina Beja - têm me chamado de quase tudo nos últimos anos: mas seguir o discurso oficial da autarquia... é a primeira vez! Um verdadeiro inédito!
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