Partilho com os meus amigos leitores - bem como com os muitos outros - uma história que tem alguns anos, talvez catorze, por alturas de uma defunta feira chamada FeiraAlimentar, organizada pelo Nerbe. Num saudoso sábado de tarde, um daqueles dia de Outono com mania que é Inverno, estava eu entretido a fazer de salsicheiro, quando recebo uma inesquecível visita. Quatro lisboetas, numa época em que os telemóveis ainda não habitavam os nossos bolsos, surgem na planície, - sem saber a minha morada - para conhecer a nossa cidade, imbuídas daquele espirito com que na capital olham a provincia. Jantámos numa tasquinha: petiscos e vinho novo. Gargalhadas e depois um silêncio. Passaram anos mas recordo como se fosse ontem. O silêncio!
Porque junto da mesa, caminhando num passo muito nosso, um grupo de homens, experimentados pela vida, de rostos fortes, enrugados do esforço da labuta dura, todos como se fossem apenas um, presentearam-nos com o cante alentejano!
Alguém mais dotado que eu consegue por na prosa o encanto daquelas vozes? Como explicar a quem nunca ouviu, como se faz melodia sem intrumentos, poesia sem poema, o sentimento único de aquelas vozes que caminham num só compasso, num mesmo ritmo e única direcção!
Dizem-me que o cante das nossas gentes é tão património como edifícios de paredes e pedras, castelos e igrejas. Confesso a minha discordância: sempre achei o cante alentejano mais património do que aquilo que os outros chamam património...
Porque junto da mesa, caminhando num passo muito nosso, um grupo de homens, experimentados pela vida, de rostos fortes, enrugados do esforço da labuta dura, todos como se fossem apenas um, presentearam-nos com o cante alentejano!
Alguém mais dotado que eu consegue por na prosa o encanto daquelas vozes? Como explicar a quem nunca ouviu, como se faz melodia sem intrumentos, poesia sem poema, o sentimento único de aquelas vozes que caminham num só compasso, num mesmo ritmo e única direcção!
Dizem-me que o cante das nossas gentes é tão património como edifícios de paredes e pedras, castelos e igrejas. Confesso a minha discordância: sempre achei o cante alentejano mais património do que aquilo que os outros chamam património...
Cá para mim a melhor razão para amar beja é mesmo a nova ESTIG :D
ResponderEliminarSaúdinha
Cpt. Hs. Gómez
O canto, a música, a arte, são formas únicas para quem as ouve e vê... por isso o encanto de que fala, é sentido por cada um de forma diferente e de uma beleza inexplicável...
ResponderEliminarNão peça para que alguém mais dotado descreva a arte de que fala...peça sim para q cada um sinta a voz de uma alma lusitana que tanto tem para transmitir...
A turma do Curso de Técnicas de Animação Turística de Mértola, adora o cante alentejano! E qualquer dia cantamos com o professor todos juntos !
ResponderEliminar@turma - seria um grato prazer!
ResponderEliminarÉS A CIDADE MAIS LIMPA OAAAIIIII
ResponderEliminarA TODOS METES INVEJA
ES A NOSSA CAPITAL OAAIII OAAIII
CAPITAL BAIXO ALENTEJO OAAI OAAAIII
ÉS LINDA COMO OS AMORES OAAAI OAAII
Não me lembro mais mas de tarde vou colocar uma letra sobre a nossa cidade.
H - se mandares o teu mail para pedrorosa35@gmail.com; poderei enviar-te a musica sobre a nossa cidade.
Mas que bela razão para amar Beja e o Alentejo..adoro cantar e ouvir cantar à alentejana. Jantar de grupo que não termine com uma rapzódia de modas alentejanas, "nã presta", e se os artistas já estiverem "quentinhos", mais macia fica a voz :O). Parabéns por mais um exelente motivo (já começo a acreditar que vais chegar ás 100 razões sem problemas"). "O que pensa começa no que ouve..." , neste caso o que penso, começa no que leio! Em boa hora descobri o teu Blogue, através do hpalma (my brother), pois há coisas que realmente valem a pena, e tu és uma delas!!! shuif shuif ( depois mandas-me o cheque para o Nib que te enviei)
ResponderEliminarObrigado piruças . beijinho!
ResponderEliminarE deleitarmo-nos a ouvir O Cante na voz do António Zambujo, é das coisas mais bonitas...
ResponderEliminarQue saudades das jantaradas que se prologavam noite dentro, entre copos de bom tinto e gargalhadas e cantorias...
Que magnífica razão para amar Beja!
Hummmm este último cheira-me a comentário da prima Susana..também tenho saudades dessas noites!!!E se és tu Susana devo dizer que também és uma boa cantadeira tal como os outros membros da família...beijocas
ResponderEliminar101 razões para amar Beja - 101
ResponderEliminarVive nela um alentejano que deixa muita saudade cá para os lados de Lisboa...
O cante alentejano é nosso património, é o nosso orgulho, só tenho pena que grande parte da nossa juventude não se reveja na nossa cultura,desta forma nunca seremos reconhecidos lá fora, basta olhar para os nossos vizinhos espanhois e ver como se defende uma cultura com unhas e dentes.
ResponderEliminarSim porque não é defendendo a cultura americana que seremos reconhecidos e teremos identidade própria!
Como não cresci com esse tipo de cante não tenho essas recordações, mas reconheço o seu valor e é com toda a justificação que está a ser cada vez mais reconhecido como tal!
ResponderEliminar" Só no Alentejo há o culto popular do canto. Ali se criou o tipo original de cantador. Pelas esquinas, altas horas, embuçados nas fartas mantas, agrupam-se o homens. Esmorece a conversa, Faz-se silêncio e, de subito, espontameamente, rompe um coral. É o diálogo em que eles melhor se entendem, é a conversa em que todos estão de acordo"
ResponderEliminarRefere Manuel Ribeiro (Antropólogo) sobre os cantadores de Vila Nova de São Bento, Mértola, Vidigueira, Vila de Frades e Ficalho.
Nota: Este pequeno texto foi o tema de uma aula de Antropologia aos meus ilustres alunos séniores.
@Piruças - Sim, o comentário é da prima Susana. E tu, quem és? Queres revelar?
ResponderEliminarSZ..uma dica...Cristal Azul :) beijocas
ResponderEliminar@Piruças - Boa dica. Bjinhos.
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