Por vezes ter memória é a coisa mais dolorosa do mundo. Os sonhos apanham-nos acordados e trazem-nos reminiscência de tempos que já lá foram, colocam-nos na lembrança excertos de um tempo que o tempo teima em não apagar. Mas ter recordações de um passado mais ou menos distante, também nos ajudam a compreender melhor o presente, a procurar intuir o futuro...
Ainda sou de um tempo (acho mesmo piada a dizer esta frase, embora escrita perca impacto) em que para viver a adolescência apenas tínhamos os Infantes até às duas e apenas à sexta e ao sábado (no espaço onde depois nasceu o restaurante) e os Ufos, onde se era simples entrar nas saudosas matines das quatro da tarde, era terrível para jovens imberbes de 15 anos! Depois havia um ou outro café e a casa dos amigos, onde se faziam as festas quando os pais tinham de sair para qualquer lado...
Mas há um momento em que Beja começa a ter novas cores, uma animação diferente, tons e rostos que começam a entusiasmar a cidade. E se a dimensão económica foi e é algo ainda hoje transcendente, prefiro valorizar aspectos que para mim têm mais pertinência do que o muito dinheiro que eles trouxeram para a cidade.
Refiro-me obviamente aos estudantes, que sem dúvida são o melhor do ensino e da cidade! Nem sempre compreendidos, infelizmente continuando-se a ouvir vozes insensíveis que zurram contra estes, sem compreender o quão importante são os estudantes do ensino superior para o desenvolvimento da nossa pequena cidade, demasiadas vezes apática para esta realidade.
Vi o ensino superior chegar à cidade, numa época que ainda eram muito poucos e paravam na Vacaria Bejense (ou seria leitaria o nome?!!). Depois, saí de Beja e acompanhei à distância a loucura dos anos 90, quando se juntaram ao Politécnico as já encerradas Moderna, ISSS e ISPA, nuns tempos loucos em que havia mais de 6000 estudantes a viver numa cidade de apenas 25ooo habitantes (se fizerem as contas, compreendem que a percentagem era algo quase inédito no País!). E quando regressei no final dos anos 90, compreendi que a cidade tinha mudado bastante. Enfatizo muitas vezes que a maior empresa da cidade é hoje o Politécnico, mas esqueço hoje a dimensão económica para sublinhar as alterações sociais, nomeadamente no que as costumes diz respeito, dos largos milhares de jovens que passaram pela nossa cidade, que trouxeram consigo novas formas de ler a vida, uma liberdade maior nos seus hábitos (ou libertinagem como dizem alguns velhos do restelo...).
Jovens de todos os lados e destinos, com diferentes passados e divergentes futuros, que chegam a Beja miudos perdidos, tantas vezes contraríados por terem sido colocados nesta estranha cidade, mas, que por cá vão vivendo e, por razões que só nós entendemos, no dia em que o destino os afasta de Beja, levam consigo as lágrimas das saudades. E as recordações dos momentos que aqui viveram, memórias que se entranham neles e os acompanham para a vida...
Ainda sou de um tempo (acho mesmo piada a dizer esta frase, embora escrita perca impacto) em que para viver a adolescência apenas tínhamos os Infantes até às duas e apenas à sexta e ao sábado (no espaço onde depois nasceu o restaurante) e os Ufos, onde se era simples entrar nas saudosas matines das quatro da tarde, era terrível para jovens imberbes de 15 anos! Depois havia um ou outro café e a casa dos amigos, onde se faziam as festas quando os pais tinham de sair para qualquer lado...
Mas há um momento em que Beja começa a ter novas cores, uma animação diferente, tons e rostos que começam a entusiasmar a cidade. E se a dimensão económica foi e é algo ainda hoje transcendente, prefiro valorizar aspectos que para mim têm mais pertinência do que o muito dinheiro que eles trouxeram para a cidade.
Refiro-me obviamente aos estudantes, que sem dúvida são o melhor do ensino e da cidade! Nem sempre compreendidos, infelizmente continuando-se a ouvir vozes insensíveis que zurram contra estes, sem compreender o quão importante são os estudantes do ensino superior para o desenvolvimento da nossa pequena cidade, demasiadas vezes apática para esta realidade.
Vi o ensino superior chegar à cidade, numa época que ainda eram muito poucos e paravam na Vacaria Bejense (ou seria leitaria o nome?!!). Depois, saí de Beja e acompanhei à distância a loucura dos anos 90, quando se juntaram ao Politécnico as já encerradas Moderna, ISSS e ISPA, nuns tempos loucos em que havia mais de 6000 estudantes a viver numa cidade de apenas 25ooo habitantes (se fizerem as contas, compreendem que a percentagem era algo quase inédito no País!). E quando regressei no final dos anos 90, compreendi que a cidade tinha mudado bastante. Enfatizo muitas vezes que a maior empresa da cidade é hoje o Politécnico, mas esqueço hoje a dimensão económica para sublinhar as alterações sociais, nomeadamente no que as costumes diz respeito, dos largos milhares de jovens que passaram pela nossa cidade, que trouxeram consigo novas formas de ler a vida, uma liberdade maior nos seus hábitos (ou libertinagem como dizem alguns velhos do restelo...).
Jovens de todos os lados e destinos, com diferentes passados e divergentes futuros, que chegam a Beja miudos perdidos, tantas vezes contraríados por terem sido colocados nesta estranha cidade, mas, que por cá vão vivendo e, por razões que só nós entendemos, no dia em que o destino os afasta de Beja, levam consigo as lágrimas das saudades. E as recordações dos momentos que aqui viveram, memórias que se entranham neles e os acompanham para a vida...
E há os que cá ficaram ... como eu!
ResponderEliminarFelizmente que fui estudante nesses tempos aureos do ensino superior em Beja. Excelentes recordações! Obrigado a Beja, terra que me acolheu, que para mim era uma cidade desconhecida, cheia de rostos deconhecidos!
Deixou-me comovida! Passei em Beja os melhores anos da minha vida! OBRIGADO!
ResponderEliminarP.S. Já agora, aproveitando a deixa, teria tido muito gosto que tivesse sido você nosso professor de direito na altura (ainda era muito novo!) Apanhámos o oposto, um Sr (com S grande) que já não tinha idade para tal, por muito boa vontade que tivesse, e um outro prof. sobre o qual pouco ou nada tenho a dizer, pois com o qual, pouco ou nada aprendi (mea culpa ?!)
ResponderEliminarPelo que oiço, o H é um excelente professor, parabéns!
Foram alguns estudantes da Moderna que fizeram um suplemento no Diário do Alentejo - o LDA , liderado pelo saudoso Miguel Serrano, que lá tentava gerir os nossos avanços...- , um programa de rádio na Voz da Planície, um programa que era atentamente escutado pelos senhores do poder e dos partidos políticos de Beja, bem como outras iniciativas que marcaram Beja.
ResponderEliminarSaudades.
Recordamos muitas coisas. Como os excelentes professores que tivemos, como o Dr. Hugo. Um privilégio ter sidos seu aluno!
ResponderEliminarCumprimentos!
Sem dúvida, e acrescento mais, se não houvesse Politécnico, a cidade já quase teria morrido. Não se tenha dúvidas disso.
ResponderEliminarPorque a única coisa que traz e mantém jovens na cidade é o Politécnico (porque fábricas nem vê-las).
Para além disso, dá emprego as muitas dezenas de pessoas...
Por isso, quando vejo investimentos que se fazem na nossa região, penso sempre: "Porque não investir em mais cursos, mais escolas?", e isto resolveria 2 coelhos com uma cajadada só: EMPREGO e JOVENS NA CIDADE.
Mas prontos, é melhor fazer aeroportos...
@Pedro - Uma breve nota: por decisão do Senhor a que chamam Ministro do Ensino Superior, uma Instituição só pode abrir um curso se encerrar outro! Dai que ainda não haja em Beja o curso de Solicitadoria, que seria uma excepcional aposta!
ResponderEliminarNa Escola Superior de Saúde, à 2 anos abriu um curso, o de Saúde Ambiental, e não fechou outro. E já se fala na abertura de outro...
ResponderEliminarProvavelmente tem razão, desconheço a lei.
Mas que devia de haver mais cursos, isso devia, e cursos que façam faltam ao País. Não é abrir cursos para professores, quando há milhares no desemprego.
@Pedro - Não fechou... na saúde. Fechou na Estig! Topografia!
ResponderEliminarMais uma boa razão para votar no tal Chico Santos? ;)
ResponderEliminarPor acaso anónimo, sabendo o que o Presidente da CMB defende para o IPB... esta é mais uma excelente razão para não votar nele!!!
ResponderEliminar