Peter Rubens é um pintor flamengo, contemporâneo de Rembrandt com quem teve uma interessante dialéctica espiritual. Filho de uma família aristocrática, viveu de muito perto toda a complexa querela religiosa do século XVI.
Provavelmente o mais importante nome do Barroco, foi um artista da corte (ou de várias cortes) pintando para grande parte dos príncipes da velha Europa e para a Igreja.
Os seus quadros caracterizam-se por as suas dimensões monumentais, porquanto visavam preencher as casas senhoriais do seu tempo, numa época de arquitectura grandiosa, com salas imensas e paredes imensamente altas.
Consequências do seu sucesso, Rubens é obrigado a contratar um enorme conjunto de jovens pintores, os verdadeiros artifices dos seus quadros, deixando para o mestre a parte final, a famosa pincelada que transformava um quadro num Rubens. De certo modo, estamos perante uma espécie de revolução industrial na pintura, numa fábrica artista em que Rubens vestes as peles de estilista!
O quadro que partilho com o meu bom leitor, não será o mais representativo do autor. Mas permite-me dividir consigo as mulheres do barroco, a carne barroca das mulheres avantajadas que fazia a delicia do homem do pós-renascimento. Na tela, Venus desnuda prepara-se para um baile na corte, auxiliada pelas suas damas de companhia. Ao puritanismo da nossa era, em que a nudez é um bem apenas partilhado com a pessoa amada ou numa noite demasiado etilica, surpreende-nos que o corpo se exiba sem pudor, na sua graciosa intimidade.
A beleza não é,nunca foi e não será um critério conciso, preciso, dogmático ou inquestionável.
ResponderEliminarA beleza é um conceito muitissimo subjectivo...
È curioso e infelizmente verifica-se que o conceito de beleza, para quem dita as regras, tem vindo a ser nada mais nada menos que o "conceito esquelético" da beleza, o qual transforma as garotas em miudas anorécticas e sem graça...
http://abeiralethes.blogspot.com/2009/01/beleza.html
ResponderEliminarJá escrevi sobre beleza no meu Blog, mas o paradidigma de beleza actual tem tudo a ver com o de Rubens, isto é Beleza = a Saúde.
Nessa época o grande problema de um casamento era a mortalidade peri-parto. Desse modo o que se procurava numa mulher era uma bacia larga de "boa parideira" e uma ligeira obesidade que indiciasse saúde, já que a amgresa estava associada a doença "consumptiva" do tipo da tuberculose.
Actualmente a doença que faz prever uma sobrevida mais curta é a aterosclerose, e neste sentido, um corpo magro é mais garantido que um gordo, já que o parto pode ser efectuado por cesareana se houver incompatibilidade feto-pélvica.