"O que nunca ninguém diz, porventura com medo de parecer vaidoso, é que a inteligência tem um preço: a solidão" (Nuno Lobo Antunes)
quinta-feira, janeiro 01, 2009
O jogo do anjo...
Sempre senti o intimo orgulho de ter descoberto Zafón quando era um ilustre desconhecido em Portugal. Li e reli a "Sombra do Vento" ofereci a várias pessoas e sempre intui que estava ali um escritor fabuloso. Que confirmou com o Jogo do Anjo, onde regressamos a Barcelona nos anos vinte, revemos o Cemitério dos Livros Perdidos e a família Sempere. Sem dúvida um livro fabuloso. A tempo para quem já o leu: quem é Andrea Correli?
é fabuloso, Ricardo. Ainda melhor que o primeiro. Mais maduro, mais solto, mais envolvente e arrebatador. De terminar e ficar com um buraco no peito, sem respirar!
H, penso que só pode ser o Diabo. Se reparar o livro está todo ele envolto na noção de bem e mal, com enorme religiosidade! Recorda-se do filme "o advogado do Diabo?
Andreas Corelli é o anjo do diabo. Desde a primeira página que este romance nos dá um puxão e nos faz percorrer as avenidas de Barcelona lado a lado com Martin. Bebi cada palavra, cada frase. Só tem um senão, a chegada ao fim é dolorosa, acabando por desejar tê-lo lido bem devagarinho.
Mais que a consciência dele... será o "obscuro" que se esconde em cada um de nós. Pode parecer um absurdo, mas acho que há dentro de cada um de nós um "corelli" que, uns melhor que outros, conseguimos afastar!
Pensa bem. Lembras-te das fotografias antigas que o Martin encontrou na casa da viúva Marlasca, em que o patrão se encontrava? O que te leva a pensar isso?
Faz-me mais confusão a foto que estava no album da Cristina (a menina e o patrão): sobre as fotos na casa da viúva, foi ele que identificou o patrão! O que me leva a pensar: desde logo o pormenor do anjo na lapela. Depois... acho que há da minha parte um preconceito ideológico: como sou agnóstico, sou sempre mais tentado a ver um diabo interior que um exterior!
Desviando o assunto. Estou morta de riso. Nunca tinha teclado através de um blog. Não bastava as SMS, MMS, Messenger mais esta forma de comunicar. Todas são válidas mas tenho receio que um dia as cordas vocais murchem por falta de uso. Acho que vou ler o livro outra vez e depois digo o que penso. Pode ser? Já me arranjaste compromisso para uns quantos neurónios.
Pensei algo semelhante: adoro ler e falar sobre livros! Mas... através de mensagens em blogue, é a primeira vez! PS - por acaso.. ao acabar senti vontade de reler "a sombra do vento"
E ler "a sombra do vento" seguido do "jogo do anjo" melhor ainda! Mas do primeiro livro para o segundo senti que a inocência se perdeu. Isso acontece com todos, não é? Todos amadurecemos, bem ou mal. Como já referiste, o "jogo do anjo" é mais maduro. Já leste alguma das novelas do Carlos Ruiz Zafón?
Não. Apenas estes dois! Mas... apesar de este ser fabuloso, a sombra do vento mexeu mais comigo. E concordo contigo: é um livro mais inocente, escrito pelo simples amor pela escrita!
A ideia que preside ao romance é a construção de uma nova Bíblia. Até há ~300 anos as Religiões dominaram a organização do pensamento das comunidades. Desde então as ideologias concorrem com elas. Ao fazer ANDREAS CORELLI encomendar um livro com as características de uma Bíblia, Corão, Capital, Tora, Mein Kampf, … Carlos Ruiz Zafon pretende unicamente mostrar essa possibilidade, sem qualquer outra razão que não uma vontade forte.
Quantos políticos não gostariam de poder um livro destes para ancorar as suas opções.?
Respeite as opiniões contrárias! Se todos tivéssemos o mesmo gosto, andávamos todos atrás da sua namorada! Ou numa noite de copos, a perseguir a sua mulher!
Estou muito curioso com este livro. Gostei muito do À sombra do vento...
ResponderEliminaré fabuloso, Ricardo. Ainda melhor que o primeiro. Mais maduro, mais solto, mais envolvente e arrebatador. De terminar e ficar com um buraco no peito, sem respirar!
ResponderEliminarH, penso que só pode ser o Diabo. Se reparar o livro está todo ele envolto na noção de bem e mal, com enorme religiosidade! Recorda-se do filme "o advogado do Diabo?
ResponderEliminarAndreas Corelli é o anjo do diabo.
ResponderEliminarDesde a primeira página que este romance nos dá um puxão e nos faz percorrer as avenidas de Barcelona lado a lado com Martin. Bebi cada palavra, cada frase. Só tem um senão, a chegada ao fim é dolorosa, acabando por desejar tê-lo lido bem devagarinho.
Eu tenho a teoria que o Coreli é o Martin!
ResponderEliminarA consciência dele? É isso?
ResponderEliminarMais que a consciência dele... será o "obscuro" que se esconde em cada um de nós. Pode parecer um absurdo, mas acho que há dentro de cada um de nós um "corelli" que, uns melhor que outros, conseguimos afastar!
ResponderEliminarConcordo! Não somos santos por natureza. Mas Martin não pode ser Andreas Corelli.
ResponderEliminarPorque, Bulgari? Porque se for o nosso herói é vilão?
ResponderEliminarPensa bem. Lembras-te das fotografias antigas que o Martin encontrou na casa da viúva Marlasca, em que o patrão se encontrava?
ResponderEliminarO que te leva a pensar isso?
Faz-me mais confusão a foto que estava no album da Cristina (a menina e o patrão): sobre as fotos na casa da viúva, foi ele que identificou o patrão!
ResponderEliminarO que me leva a pensar: desde logo o pormenor do anjo na lapela. Depois... acho que há da minha parte um preconceito ideológico: como sou agnóstico, sou sempre mais tentado a ver um diabo interior que um exterior!
Desviando o assunto. Estou morta de riso. Nunca tinha teclado através de um blog. Não bastava as SMS, MMS, Messenger mais esta forma de comunicar. Todas são válidas mas tenho receio que um dia as cordas vocais murchem por falta de uso.
ResponderEliminarAcho que vou ler o livro outra vez e depois digo o que penso. Pode ser? Já me arranjaste compromisso para uns quantos neurónios.
Pensei algo semelhante: adoro ler e falar sobre livros! Mas... através de mensagens em blogue, é a primeira vez!
ResponderEliminarPS - por acaso.. ao acabar senti vontade de reler "a sombra do vento"
E ler "a sombra do vento" seguido do "jogo do anjo" melhor ainda!
ResponderEliminarMas do primeiro livro para o segundo senti que a inocência se perdeu. Isso acontece com todos, não é? Todos amadurecemos, bem ou mal. Como já referiste, o "jogo do anjo" é mais maduro. Já leste alguma das novelas do Carlos Ruiz Zafón?
Não. Apenas estes dois! Mas... apesar de este ser fabuloso, a sombra do vento mexeu mais comigo. E concordo contigo: é um livro mais inocente, escrito pelo simples amor pela escrita!
ResponderEliminarTambém comigo. Se eu arranjar as novelas traduzidas, digo-te! Agora vamos dormir? (mais gargalhadas)
ResponderEliminarCombinadissimo! Vamos que já são horitas!
ResponderEliminarDepois de tamanho diálogo fiquei curiosa em ler os livros, onde os posso encontrar podem dizer-me , a fim de poupar a procura??
ResponderEliminar@piruças - este apanhas em qualquer livraria! Desde as do comércio tradicional, passando pela do Modelo!
ResponderEliminarGracias...
ResponderEliminarA ideia que preside ao romance é a construção de uma nova Bíblia.
ResponderEliminarAté há ~300 anos as Religiões dominaram a organização do pensamento das comunidades. Desde então as ideologias concorrem com elas.
Ao fazer ANDREAS CORELLI encomendar um livro com as características de uma Bíblia, Corão, Capital, Tora, Mein Kampf, … Carlos Ruiz Zafon pretende unicamente mostrar essa possibilidade, sem qualquer outra razão que não uma vontade forte.
Quantos políticos não gostariam de poder um livro destes para ancorar as suas opções.?
Obrigado pela visita! Um abraço!
ResponderEliminarEu penso que Andrea Corelli era o Diabo, contudo, intriga-me o facto de no final o Victor Grandes referir que David sempre usou o anjo na lapela.
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